do Portal Verdade
O Sindicato das Trabalhadoras e Trabalhadores do Serviço Público da Saúde e da Previdência do Estado do Paraná (SindSaúde-PR) realiza mobilização da categoria para ato nesta terça-feira (25) em defesa da valorização das carreiras e reajuste da Gratificação de Atividade de Saúde (GAS).
Resguardada pela Lei nº 13.666, de 2002, a GAS deve ser concedida aos servidores da saúde visto o caráter insalubre e com risco de vida das atividades que desenvolvem.
Gilson Luiz Pereira Filho, técnico de enfermagem e membro da diretoria estadual do SindSaúde-PR, explica que o benefício é direito de todos os profissionais da área, ou seja, tanto aqueles que atuam diretamente no cuidado com os pacientes como aqueles responsáveis pela administração dos serviços.
“Trabalhadores que estão na assistência direta com os pacientes recebem um valor maior por conta da insalubridade e da periculosidade do trabalho, em contato direto com agentes patológicos, com a relação biológica de doenças. E uma gratificação menor, com valor inferior para trabalhadores exclusivos de setores administrativos, mas a gratificação como um todo alcança os trabalhadores que estão lotados na Secretaria de Saúde do Estado do Paraná”, pontua.
Recentemente, representantes do SindSaúde-PR têm percorrido diferentes cidades, inclusive Londrina, para divulgar a campanha “Reajuste da GAS Já”. O coletivo denuncia a defasagem que ultrapassa 50%, já que o auxílio não é reajustado há anos. Ainda, a intenção ao visitar os locais de trabalho é chamar os servidores para a mobilização que ocorre em frente à Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) a partir das 9h.
Hoje, os servidores recebem R$ 1.360,03 em hospitais e R$ 971,45 nas unidades de saúde. É uma das menores gratificações do estado. Somados todos os índices, a GAS deveria ser de R$ 2.044,56 nos hospitais e nas unidades de saúde R$1.460,40.
“Para a população, assim como a educação e a segurança pública, a saúde também é uma área extremamente sensível. Estamos direto em contato com a população devolvendo o investimento de impostos, o acesso à política pública de saúde. Então, por sermos uma área tão importante, que enfrentou pandemia, que tem enfrentado dengue, que tem enfrentado outros problemas sistêmicos do SUS, nós encaramos como uma afronta e como um grande desrespeito com os trabalhadores da Saúde termos a gratificação de menor valor entre todas as carreiras do estado do Paraná”, avalia.
De acordo com a liderança, a manifestação, além de marcar o lançamento oficial da campanha, tem como objetivo solicitar reunião com o secretário de Saúde, César Neves, para demonstrar a insatisfação dos trabalhadores.
“Por ser componente de nosso salário, representa parte importante da remuneração, da sobrevivência dos trabalhadores. Então, por isso, a gente considera o enfrentamento desses trabalhadores extremamente importante, servidores que trabalham exaustivamente em seus locais de trabalho. É muito importante que a Secretaria de Saúde do Estado Paraná discuta conosco essa realidade para que a gente também proponha um reajuste sobre o valor dessa gratificação que é a menor do estado”, reforça.
A expectativa é reunir trabalhadores de todo Paraná. Para participação, os núcleos sindicais do SindSaúde-PR estão organizando caravanas com destino à capital paranaense.
“A gente convida todos, trabalhadores da cidade de Curitiba, trabalhadores de todo o estado do Paraná, temos caravanas saindo de várias cidades, a gente conta muito com a participação de todos os trabalhadores porque é um dia importante”, observa.
Além do reajuste, o sindicato solicita a equiparação de alguns segmentos, que mesmo expostos a condições periculosidade, não recebem a gratificação de maior valor. O pagamento é efetuado com base na faixa mais baixa. É o caso de trabalhadores vinculados à Farmácia Especial e Vigilância Sanitária, por exemplo.
Londrina também marca presença
Segundo Gilson, uma caravana sai de Londrina nesta segunda-feira (24), às 23h, rumo à Curitiba para somar ao ato estadual nesta terça-feira. Serão três pontos de encontro: um na zona Norte, outro no Terminal Rodoviário e também na zona Sul.
O sindicalista salienta a importância da participação da comunidade no ato. A entidade tem defendido que o reajuste não é apenas financeiro, mas de valorização dos profissionais que mantém a saúde paranaense em dia, mesmo diante da sobrecarga de trabalho nas unidades.
“Os trabalhadores precisam dessa remuneração para sobreviver, para servir bem os usuários do SUS, para servir bem a Secretaria de Saúde, como nós temos feito há muito tempo. E sim, é importante a participação de todos, inclusive, o conhecimento da população sobre a realidade dos trabalhadores, sobre a realidade de descaso, desrespeito, falta de diálogo, de falta de reajuste sobre a gratificação que compõe o nosso salário. É importante a população entender como o governo Ratinho Júnior tem dificultado algumas discussões, algumas negociações”, adverte.