Você sabia que 66% das pessoas sem acesso ao abastecimento de água são pretos e pardos? Sabia também que 70% dos que vivem sem água tratada estão abaixo da linha da pobreza? O Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC) lançou um boletim que alerta para as desigualdades raciais e os impactos climáticos no Brasil.
O boletim alerta que eventos climáticos extremos, como ondas de calor, enchentes e secas, aumentam as condições de vulnerabilidade das comunidades periféricas e rurais, agravando problemas de saúde como doenças respiratórias e infecciosas.
O novo boletim do CBJC aborda como esses fatores, combinados, reforçam desafios estruturais, especialmente em tempos de crises climáticas. “As comunidades negras, indígenas e outros grupos marginalizados enfrentam os impactos das mudanças climáticas de forma mais severa”, afirma Junior Aleixo, coordenador de pesquisa do CBJC. “Isso se reflete em problemas de saúde, desde a contaminação por agrotóxicos até a falta de acesso à água potável e saneamento”.
Uma das propostas desse material é garantir o acesso equitativo aos cuidados de saúde, fortalecendo os sistemas locais e promovendo a educação em saúde para prevenir e tratar doenças relacionadas às mudanças climáticas, como as respiratórias e as transmitidas por vetores. A implementação efetiva da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra é apontada como essencial para enfrentar as desigualdades no atendimento e considerar as especificidades culturais e raciais.
Outro destaque do boletim visa “melhorar as condições de habitação para aumentar a resiliência das comunidades aos impactos climáticos. Investir em moradias seguras e adequadas é visto como fundamental para evitar o agravamento de problemas de saúde ligados a ambientes precários e à falta de infraestrutura, como saneamento e água potável”.
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