Um mérito que só vale para um terço dos profissionais. Essa é a avaliação dos sindicatos municipais com o anúncio do prefeito Eduardo Pimentel (PSD) de pagar o crescimento horizontal para 10 mil servidores públicos. Para as entidades, o formato gera concorrências entre trabalhadores e equipes e frustração naqueles que se capacitaram mas, eventualmente, não se “enquadram nos critérios”. Curitiba tem 29,8 mil profissionais em suas 10 regionais.
Os servidores contemplados com o crescimento recebem a partir de janeiro de 2025 um acréscimo de 2,8% em seus salários. Ao todo, 10.306 pessoas serão beneficiadas (36% do quadro). Fato comemorado pelo prefeito.
“A retomada dos crescimentos é um avanço importante e representa o reconhecimento aos nossos servidores municipais. Temos uma Prefeitura sólida, com boa saúde financeira, e agora, sim, podemos garantir o pagamento aos trabalhadores, sempre que realizarmos algum procedimento”, disse o prefeito Eduardo Pimentel à agência de notícias municipal.
Concorrência e falta de estímulo
Sismuc se reúne com a gestão de pessoal para discutir carreira de servidores. / Foto: Divulgação Sismuc
Após o anúncio do crescimento, o Sismuc se reuniu com Daniele Regina dos Santos, secretária de gestão de pessoal da prefeitura. A entidade questionou a limitação no número de vagas para o crescimento horizontal e os critérios restritivos que prejudicam os trabalhadores, como o de afastamentos superiores a 30 dias, inconsistências no sistema e lentidão nos recursos.
“Muitos servidores ficaram de fora do procedimento e entendemos que o crescimento horizontal deve ser de maneira universal ou atendendo o maior número de servidores possível, revendo os critérios atuais”, comenta a entidade.
Para Juliana Mildemberg, coordenadora geral do Sismuc, é significativo que este ponto seja resolvido por meio da negociação política e preferencialmente não pela via judicial. “Também solicitamos a revisão completa dos planos de carreira, pois as mudanças feitas pela última gestão causaram distanciamentos entre carreiras e servidores”.
Já a presidente do Sigmuc, Rejane Soldani, pontuou que apenas 587 dos 13986 guardas municipais conseguiram ser contemplados com o crescimento horizontal. Ela conta que os profissionais foram forçados a participar de um procedimento concorrencial que coloca servidor contra servidor, e cheio de inconsistências.
“Estamos vindo de um congelamento de carreira que durou praticamente oito anos, o atual modelo de carreira, implantado unilateralmente pela gestão Greca foi um retrocesso. Todo o investimento de recursos públicos realizado para formação destes profissionais é simplesmente jogado na lata do lixo devido a catastrófica política de recursos humanos vigente. Isso precisa mudar urgentemente, estamos na luta para isso”, solicita Soldani.