Milhares de pessoas foram às ruas em diversas regiões da Espanha pela segunda noite consecutiva na quarta-feira (17) para protestar contra a prisão de Pablo Hasél, um rapper que foi condenado por escrever canções contra a monarquia e a polícia espanhola.
Segundo a emissora francesa Rfi, manifestações foram registradas nas principais cidades do país como Barcelona, Madri e Vic. Na noite de terça-feira (16), diversos episódios de repressão policial foram registrados e diversas pessoas ficaram feridas.
Em Barcelona, cerca de 1,7 mil pessoas se reuniram em uma praça central e alguns manifestantes colocaram fogo em lixeiras e atiraram pedras e outros objetos na polícia, que revidou atirando projéteis.
Hasél tinha, até a última sexta-feira (12), que se apresentar à polícia voluntariamente e cumprir uma pena de nove meses de prisão, com base em uma sentença emitida em 2018.
A acusação contra o rapper se deu por publicações contra o monarca espanhol Juan Carlos I, que abdicou do trono em favor de seu filho Felipe VI em 2014, além de denúncias de tortura e assassinato cometidos por policiais contra manifestantes e imigrantes.
Segundo a agência France-Presse\, horas depois que a polícia entrou no campus da Universidade de Lérida, na Catalunha, para prender Hasél, os manifestantes foram às ruas em diversas localidades da região nordeste do país.
A condenação do artista causou clamor na sociedade espanhola e fez com que o governo falasse em mudanças na chamada "Lei Mordaça", que aplica restrições à liberdade de expressão e proíbe críticas à monarquia e à Igreja Católica.
Personalidades artísticas como o cineasta Pedro Almodóvar e o ator Javier Bardem assinaram uma petição pela liberdade do artista.
Artigo original publicado em Opera Mundi.