Desde abril deste ano, a Casa da Democracia instalou-se pelas redondezas da Vigília Lula Livre e da cozinha Marielle Franco, no bairro Santa Cândida, em Curitiba, e, agora, para seguir existindo, pede colaboração coletiva na internet. Concretizando-se como um marco na experiência colaborativa em comunicação, nesse tempo o espaço se tornou uma referência de unidade entre as mídias populares e alternativas presentes na Vigília que, há cento e setenta e um dias, luta pela liberdade de Lula.
Apenas nas duas primeiras semanas da casa, foram 2 mil visitantes, 400 midiativistas cadastrados e 40 mesas de debate no espaço. E, nesses cinco meses, ali já foram entrevistados nomes como Danny Glover, Lucélia Santos, Vagner Freitas e Sharon Burrow, Emir Sader, Celso Amorim, Gleisi Hoffmann, Orã Figueiredo, Clara Ant, João Pedro Stédile, Lindbergh Farias, entre tantos outros.
“Na verdade é uma trincheira da comunicação popular. Os companheiros estão aqui com poucos recursos e têm feito a cobertura sistemática da vigília, mantendo a chama acesa do companheiro Lula que é mantido na cadeia injustiçado, por culpa do poder judiciário monárquico, atrasado, que não respeita a Constituição e nem a vontade popular”, afirma João Pedro Stédile, da coordenação nacional do MST e da Frente Brasil Popular.
A casa transformou-se em uma espécie de estúdio dos movimentos e organizações populares, que concentra parte da produção da Vigília, seja na forma de registro, documentário e memória; a rede de rádio Lula Livre, transmitida diariamente para todo o país com notícias da Vigília; o programa Democracia em Rede, que realizou mais de 100 entrevistas, transmitidas sempre para 30 páginas via transmissão cruzada, trazendo o debate dos principais nomes que passaram pela Vigília Lula Livre – artistas, lideranças políticas, juristas.
“A Casa da Democracia foi, ao longo de quatro meses, um dos espaços fundamentais na defesa da liberdade de Lula. Voltada principalmente para a comunicação, criou um programa inédito de entrevistas e debates da esquerda, o Democracia em Rede, gerando uma cultura de resistência, que mudou a cara da região. É hora de reestruturar o projeto da Casa, para seguir na resistência”, afirma Pedro Carrano, do jornal Brasil de Fato e integrante da Vigília Lula Livre.
Regina Cruz, presidenta da CUT-PR, ressalta o valor do espaço e a necessidade de contribuição: "Tem sido uma experiência única e é fundamental mantê-la por ter se tornado uma grande rede da mídia alternativa. Então a gente pede para os companheiros e companheiras fazerem a doação na vaquinha para mantermos nossa Casa da Democracia aberta".
Novos passos
Além de seguir com a programação cotidiana, agora a Casa também se torna um centro de formação de comunicadores, para que a informação seja propagada para mais gente. ”Cada soma, cada real depositado, faz toda diferença”, afirma Carrano.
Para quem tiver interesse em saber mais e fazer sua doação, é só acessar o link.