Sindicatos, organizações do campo e movimentos populares realizaram na quinta-feira (14) uma manifestação em Quito, capital do Equador, contra as privatizações e a demissão de funcionários públicos anunciadas pelo presidente do país, Lenín Moreno, do partido Aliança País.
Na mesma data, os sindicatos do setor público realizaram uma paralisação em todo o país contra os anúncios realizados pelo conselheiro presidencial, Santiago Cuesta, ao final de janeiro, sobre a possibilidade de entregar a operação de diversas empresas estatais à iniciativa privada, entre elas, a Corporação Nacional de Telecomunicações (CNT) e as empresas do setor elétrico.
Em entrevista à Agência EFE, o presidente da Central Equatoriana de Organizações Classistas (Cedoc), Fernando Ibarra, afirmou que a jornada de paralisação foi a primeira demonstração de força contra a privatização das empresas do Estado e pela manutenção dos postos de trabalho dos funcionários públicos.
Durante a marcha, que percorreu o centro histórico da capital com as palavras de ordem “concessão é privatização”, as organizações sindicais anunciaram que apresentarão no Conselho Nacional Eleitoral (CNE) um pedido de revogação do mandato de Lenín Moreno.
Foto: Assembleia Nacional Cidadã
Presentes na manifestação, as organizações do campo apresentaram suas reivindicações, entre elas, a revogação de um decreto do governo para aumentar o preço da gasolina e a ação do Estado na resolução de um conflito de terras na província de Azuay, na região andina do país.
Os manifestantes também denunciam a aproximação entre o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o governo de Lenín Moreno, um ato inédito que contraria a política econômica do país na última década.
Moreno, que já havia se reunido com a diretora do FMI, Christine Lagarde durante o Fórum Econômico Mundial, recebeu uma comissão técnica da organização financeira na terça-feira (12) para discutir "apoio financeiro" ao país.
O presidente equatoriano assumiu seu primeiro mandato em maio de 2017. Embora fosse considerado “herdeiro” do seu antecessor, o ex-presidente Rafael Correa e da Revolução Cidadã, Moreno chega ao segundo ano do governo com políticas econômicas opostas às de Correa.