O menino quer mostrar um ano a mais neste mundo violento. Sete anos neste dia de fevereiro. Ele sabia o que era a morte e a vida. Enfrenta os Homens-Ferro, pois corre entre os carros. Cruza a rua. Para no meio. Ri diabolicamente. Volta. Zumbido-louco-de-lataria-assassina. Flutua. Bambolê-duende. Fala com a adulta assustada:
– Por que você teme?!
– Cuidado!
Ela mesma não tem esta ousadia. Ele sente-se dono do mundo, audaz, controlador da vida. Aquelas máquinas nunca sequer o tocarão. Ele tem ginga e poderes. Despreza aquela pessoa fraca que teme tudo.
Ela grita: – Vem! Ele volta a correr. Ela parece uma miragem no distante. Mordendo os lábios, chorava e esperneava como uma criança. Volta a pisar nas máquinas. Faria isso a vida toda se fora possível. Sabia quem era, não tinha medo de nada, e aquela pessoa não tinha o direito de arrancar-lhe a juventude.
Não seria sua audácia que o mantinha forte frente àquela velhacaria medrosa?