Conta-se a história de um caçador de beija-flor que os comia para transformar-se no ser mais belo de todos. Mas para que a receita funcionasse, o homem precisava ser extremamente cruel. Desde a caça, nos seus passos rasteiros que fazia com que o épico pássaro sentira um medo inefável, ao mesmo tempo, que os fazia sentir esperança em escapar, contudo, sempre vã, pois era impossível fugir do caçador. O bichinho passava dias sem comer nem tomar água até que sua música se tornava rala.
Assim sucessivamente até vê-lo triste, melancólico, como implorando pela morte, quando ele cravava uma agulha no seu coração. O último canto, fazia o caçador, belo. Destruiu-se toda a esperança do mundo do beija-flor. E foi assim que o vaga-lume, seu coração, o abandonou e vagou sem sentido, com sua luz tentando iluminar algo que já não existia. E o beija-flor deixou de brilhar. O caçador foi condenado a reinar numa feiura eterna.
*conto que integra romance “Tocaia, tocayo”, ainda não publicado