Na coluna desta semana, gostaria de comentar as duas partidas da Seleção Brasileira durante o torneio disputado na China e falar sobre a vitória por 4×0 em cima do Canadá ou da queda nos pênaltis para as donas da casa. Contudo, não posso me eximir de abordar um fato mais grave, ocorrido, na verdade, ainda no final de outubro: a semifinal do Campeonato Carioca feminino, com um clássico entre Vasco e Fluminense marcado pelo racismo.
No jogo, Paola Rodrigues, assistente de arbitragem, ouviu gritos de uma mulher, localizada na torcida cruz-maltina a chamando de “macaca”. Ela ainda lamentou o silêncio dos outros torcedores ao redor, coniventes com a situação. Inadmissível é pouco! O futebol não pode ser palco para esse tipo de atitude. Ao contrário, deve ser um espaço combativo, de luta contra o racismo, machismo, homofobia e toda forma de opressão ― sobretudo o futebol de mulheres, que já nasce como resistência. O desabafo de Paola (assim como o de Taison, na Ucrânia) precisa ser levado a sério. Precisamos ser, todas e todos, antirracistas!