O valor da parcela da dívida federal dos Estados Unidos em mãos de estrangeiros caiu em dezembro para US$ 8,513 trilhões de dólares (R$ 48,7 tri). Em novembro, o valor foi de US$ 8,633 trilhões de dólares (R$ 49,4 tri).
“Há uma preocupação maior sobre usar como arma o dólar ou instituições como o Swift, o sistema de pagamento global que foi usado para punir a Rússia”, avalia Andy Mok, pesquisador sênior do Centro para a China e a Globalização.
A participação da China em títulos do Tesouro dos EUA segue a tendência geral. Caiu para US$ 759 bilhões (R$ 4,3 tri) em dezembro. Isto significou o nono mês de queda. Desde abril de 2022, o valor tem estado abaixo da marca de 1 trilhão de dólares.
Se a forte predominância do sistema Swift prosseguir, “o uso do dólar como arma certamente continuará”, disse a economista chinesa Li Yuefen em uma recente entrevista com a TVT/BdF, sobre como reduzir a dependência excessiva da moeda estadunidense.
Ela também afirmou que o uso do dólar como arma já não se limita a “sanções comerciais, financeiras”, mas que está chegando em uma fase de confisco de ativos dos países que estão sendo sancionados.
Volta ao ouro?
Ao mesmo tempo, as reservas de ouro da China aumentaram pelo terceiro mês consecutivo. O Banco Popular da China aumentou suas reservas de ouro em 44,17 toneladas em 2024. Até o final de janeiro, as reservas do país totalizavam 2.284,55 toneladas.
A disposição do governo estadunidense de Donald Trump de quebrar algumas normas bem estabelecidas, também pode incentivar essa tendência, considera Mok. Na semana passada, Trump causou preocupação entre os detentores da dívida dos EUA, porque a equipe de eficiência coordenada por Elon Musk teria encontrado irregularidades com os títulos do Tesouro, concluindo que a dívida (de mais de US$ 36 trilhões, mais de R$ 207 trilhões), talvez não fosse tão grande.
“A dívida federal dos EUA está causando alarme em muitos círculos em função do quão sustentável ela é, acho que esse é certamente um risco crescente visto por muitos investidores na dívida do governo dos EUA”, opina o especialista.
O Japão e a China, os dois maiores detentores estrangeiros de títulos da dívida pública dos EUA, reduziram as suas participações durante o último mês de 2024, segundo o Departamento do Tesouro. O Japão é o maior detentor estrangeiro de dívida do Tesouro desde 2019, quando substituiu a China nesse lugar.
O maior credor da dívida dos EUA são os Estados Unidos através da própria Reserva Federal (FED, na sigla em inglês).
*Com informações de Global Times e The Paper