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Início Economia

Alta dos alimentos

Agricultura voltada à exportação transforma a comida em vilã da inflação no Brasil

A alta dos alimentos tem se tornado cada vez mais persistente, principalmente depois que o setor agropecuário brasileiro resolveu voltar seus esforços para o mercado externo

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21.fev.2025 às 08h01
Curitiba (PR)
Vinicius Konchinski

Preço das commodities voltadas à exportação, como a soja, pressiona preço da comida - Silvio Avila/ AFP

A alta do preço da comida elevou a inflação no Brasil em 2024. Os alimentos subiram 7,69% durante o ano, empurrando para cima o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que chegou a 4,83%.

Foi a sétima vez que a comida subiu mais do que o índice oficial de inflação do país nos últimos dez anos. Desde 2018, a alta dos alimentos só foi menor do que a inflação geral em dois anos: 2021 e 2023. Mas nem sempre foi assim.

Ao comparar a inflação dos alimentos e a inflação geral no Brasil de 1995, no início do Plano Real, a 2024, o Brasil de Fato constatou que, até 2004, era raro a comida subir mais que os preços em geral. Isso aconteceu em somente três dos dez anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A partir de 2005, no entanto, o cenário mudou. Assim como na década entre 2015 e 2024, de 2005 a 2004, foram outros sete anos com a comida subindo além do IPCA. Nos oito anos entre 2007 e 2014, os alimentos só tiveram alta menor que inflação em um ano: 2009.

Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, o levantamento comprova que o aumento dos alimentos não é algo pontual. Na verdade, ele tem se tornado cada vez mais persistente, principalmente depois que o setor agropecuário brasileiro resolveu voltar seus esforços para a exportação, reduzindo a produção de itens consumidos internamente.

“A causa básica do aumento dos produtos alimentícios é que passamos a exportar muito, especialmente neste século”, disse José Giacomo Baccarin, professor de economia e política agrícola da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e diretor do Instituto Fome Zero (IFZ).

Baccarin se dedica a estudar a dinâmica do mercado de alimentos no país há anos e foi secretário de segurança alimentar e nutricional do governo federal entre 2003 e 2005, no primeiro mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O economista não descarta que secas ou enchentes, como as de 2024, possam ter causado altas pontuais em determinados produtos. Também admite que eventuais mudanças em padrões de consumo com o aumento da renda da população possam ter afetado alguns preços.

Para ele, no entanto, o problema do encarecimento da comida, ligado ao modelo de agricultura adotado no Brasil a partir do ano 2000, precisa ser visto como algo estrutural até para que uma solução eficaz seja adotada.

Soja x feijão

O avanço das lavouras de soja no país e a redução das de feijão são exemplos da dinâmica que afeta o preço da comida no Brasil.

O Brasil é o maior produtor de soja do mundo. Entretanto, cerca de 65% do que é colhido não alimenta ninguém no país. Vai para exportação.

O plantio de soja se disseminou no país nos últimos 30 anos. As lavouras do grão, que ocupavam 10,6 milhões de hectares em 1993, passaram a ocupar 44,6 milhões de hectares em 2023, segundo o IBGE. Tudo isso pensando em atender uma demanda externa.

O feijão plantado no Brasil, por sua vez, é consumido basicamente por brasileiros. A área plantada do grão caiu de 3 milhões hectares para 2,7 milhões nos mesmos dez anos.

Segundo Baccarin, o crescimento da soja e a redução do feijão estão relacionados. Agricultores que optaram pela soja visando a exportação passaram a lucrar mais já que o preço do grão subiu no mercado internacional. Isso levou produtores de feijão a repensarem suas estratégias de negócio. Alguns aderiram à soja, o que reduziu a oferta de feijão no Brasil e pressionou o preço do grão.

Em 2022, por exemplo, o feijão carioca subiu 27,77%. Em 2024, a carne subiu 20,84% enquanto o Brasil bateu recorde de exportações do produto.

“Há racionalidade do produtor. Nós temos uma quantidade de terra e capital para investimento na agricultura. Se o ganho com soja é maior, há mais terra dedicada à soja e menos a outros produtos”, explicou.

Externo domina

Baccarin mostrou, em uma live transmitida pelo IFZ, dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO-ONU) sobre o preço dos alimentos no mundo. Quando eles sobem, a inflação da comida no país sobe também.

Segundo ele, no geral, o preço da comida caiu da década de 60 até o ano 2000. De lá para cá, ele tem subido. Justamente neste período, a inflação de alimentos passou a predominar sobre o índice geral de inflação no país.

“Há um aumento nos preços dos alimentos em todo o mundo. Os preços chegaram a um novo patamar para depois terem picos em 2022, por conta da Guerra na Ucrânia e, agora, com novas instabilidades em três frentes: climática, geopolítica e financeira”, confirmou Walter Belik, professor aposentado de economia agrícola do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e um dos criadores do IFZ.

Solução

Baccarin disse que o Brasil deveria considerar ações para controlar a exportação de produtos alimentícios para manter sob controle os preços internos. Apesar de afirmar não ser contra a exportação, alerta que é preciso considerar limites.

“Precisamos ter alguma capacidade de arbitrar publicamente entre o abastecimento do mercado interno e a exportação”, recomendou. “Hoje, quem faz essa arbitragem é a iniciativa privada, por grupos econômicos.”

Diante do aumento dos alimentos, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu facilitar a importação de comida quando os alimentos estiverem mais caros no país e direcionar o Plano Safra para incentivar a produção nacional. Eventuais barreiras à exportação não foram citadas como solução para a alta. Rui Costa (PT), ministro da Casa Civil, aliás, descartou qualquer ação que pudesse ser vista como uma “intervenção” no mercado par a redução de preços.

Lula já prometeu recompor estoques públicos de alimentos assim que voltou à Presidência para vendê-los em momentos de alta da comida. A medida ainda não foi efetivada.

Editado por: Martina Medina
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