O Ministro de Estado da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Costa Macêdo, se reuniu, na segunda-feira (24), com as famílias atingidas pelas obras do metrô de Belo Horizonte e se comprometeu a intervir por uma resolução favorável aos moradores dos bairros Gameleira, Nova Gameleira, Nova Cintra, Betânia, Vista Alegre e da região do Barreiro.
Desde o ano passado, quando iniciaram as obras de construção da linha 2 do transporte metroviário da capital mineira, elas enfrentam impasses com a Metrô BH, empresa privada que assumiu a concessão com a privatização do serviço, até então gerido pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Cerca de 400 famílias temem ser despejadas de suas casas, sem indenização digna, para a ampliação do modal.
Durante o encontro, que contou com a participação da deputada estadual Bella Gonçalves (Psol) e do vereador Bruno Pedralva (PT), os moradores pediram ajuda do governo federal, que também é um dos financiadores da expansão, para que haja tratamento digno aos atingidos.
“Macêdo disse que vai levar o tema à Casa Civil e interceder para que seja ofertado tratamento digno a essas famílias, como ele fez na negociação com os trabalhadores do metrô, depois da concessão privada, em que o governo federal intercedeu junto à empresa Metrô BH para que houvesse um acordo coletivo com os trabalhadores. Tivemos notícias de que chegaram a ofertar para moradores R$ 10 mil, R$ 15 mil por casa, que não daria para pagar nem um ano de aluguel, quanto mais garantir uma outra moradia”, disse Bella, após a reunião.
Além do reassentamento, as famílias, que reclamam de falta de informação, pediram transparência por parte da empresa.
Entenda o caso
Desde setembro do ano passado, quase 400 famílias têm vivido a incerteza sobre onde vão morar, já que a empresa Metrô BH anunciou que essas pessoas teriam que ser removidas de suas casas para construção da linha 2 do metrô.
A empresa se programa para desembolsar um total de R$ 28,7 milhões. Dessa forma, o valor médio proposto para cada família é em torno de R$ 89 mil. A proposta é de que as famílias sejam indenizadas somente pelas benfeitorias realizadas nos imóveis, sendo desconsiderado o valor dos terrenos. Além disso, a Metrô BH defende que as negociações sejam conduzidas individualmente com cada família.
Ao longo dos últimos meses, os moradores realizaram uma série de manifestações, denúncias e reuniões de negociação. Eles defendem o que chamam de “chave por chave”, ou seja, que a saída de suas residências só ocorra com a garantia da possibilidade de entrada em outras com a mesma condição.
“A gente não vai aceitar mais esse desrespeito que eles estão fazendo com as famílias. Nós estamos aqui e daqui só saímos com a mesa de negociação com as famílias. Não vamos arredar o pé. Ou a Metrô BH toma providência ou então vamos acampar aqui”, enfatizou a moradora do bairro Nova Gameleira Poliane Cristina Furtado, durante uma das manifestações, realizadas em frente às obras.
O Brasil de Fato MG solicitou posicionamento à Metrô BH e aguarda manifestação.