O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ofereceu uma coletiva de imprensa na saída da cerimônia de posse do novo presidente uruguaio, Yamandu Orsi, em Montevidéu, neste sábado (1º).
Em resposta a questionamentos dos jornalistas, Lula comentou o bate-boca entre os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, na última sexta-feira (28), em Whashington. “Acho que o Zelensky foi humilhado”, declarou o presidente.
“Sobre a questão do Zelensky, eu, sinceramente, não sou diplomata. Mas eu acho que a diplomacia, desde que o planeta Terra foi criado, desde que a diplomacia foi criada, não se via uma cena tão grotesca, tão desrespeitosa como aquela que aconteceu no Salão Oval da Casa Branca”, disse Lula.
Lula falou ainda sobre as relações com o Uruguai, o papel dos Brics no multilateralismo e da amizade que tem pelo ex-presidente uruguaio José Pepe Mujica.
Segundo Lula, com a vitória da Frente Ampla, vai ser possível voltar a discutir temas como o fortalecimento do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
“Porque o nosso papel é tentar convencer as pessoas de que é preciso formar um bloco forte na América do Sul, de que a gente não pode ficar tentando encontrar saída individual para cada país, porque não existe possibilidade. O mundo está dividido em blocos”, pontuou o presidente, que também foi questionado sobre a possibilidade de entrada Uruguai no Brics.
“Eu, na verdade, estou convidando todos esses países que estão aqui, o Uruguai, a Colômbia, o México, para participar do Brics no Brasil. Porque eu acho que, embora não sejam membros fixos, é importante que esses países participem, porque é o momento de fazer um debate com o mundo inteiro. O Brics não é uma coisa pequena”, afirmou.
Por fim, Lula comentou sobre a relação com o ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica, com quem também tinha agenda programada neste sábado.
“O Mujica não é um parceiro. O Mujica é um companheiro que eu carrego aqui no fundo do meu coração, em qualquer momento da história. Eu, sinceramente, acho que se o mundo tivesse mais homens da qualidade do Mujica, o mundo seria muito mais amoroso, muito mais fraterno do que esse negacionismo que nós estamos vivendo hoje.