Mais quatro escolas do Grupo Especial do Carnaval carioca desfilaram na noite de segunda-feira (3) na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro. Mais uma vez, as temáticas afro dominaram os enredos apresentados.
A Unidos da Tijuca abriu os desfiles com o enredo sobre o orixá Logun-Edé, conhecido como o Santo menino que o velho respeita. Um dos carros alegóricos apresentou problemas no início do desfile e não acendeu as luzes. A comissão de frente trouxe um imenso tripé, onde a representação do orixá encontra o olho d’água e deixa de ser um espírito para tomar forma em matéria. Já o carro abre-alas levava mulheres grávidas, representando a renovação e a juventude da comunidade do Morro do Borel, berço da Unidos da Tijuca.

A Beija-Flor emocionou o público com o enredo em homenagem ao carnavalesco Laíla, que ajudou a escola de Nilópolis a conquistar 14 títulos. Emocionante também foi a despedida do intérprete da agremiação, Neguinho da Beija-Flor, que foi ovacionado ao entrar na avenida. A bateria também prestou homenagem ao puxador do samba-enredo que completou 50 anos à frente da escola, com a famosa paradinha. A Beija-Flor encerrou o desfile com a réplica do famoso Cristo Redentor coberto em resposta à censura do regime militar.

Acadêmicos do Salgueiro foi a terceira escola a desfilar na Marquês de Sapucaí, levando à avenida um enredo sobre os amuletos e rituais de proteção, presentes na cultura brasileira. O casal de mestre-sala e porta-bandeira representaram os orixás guerreiros Xangô e Iansã, e a musa Viviane Araújo desfilou com uma fantasia feita com efeitos especiais, representando a figura do carcará, ave comum no Nordeste do país.

Unidos de Vila Isabel encerrou os desfiles da segunda noite do carnaval no Sambódromo do Rio. Com o enredo Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece!, que falou dos mitos sobre assombrações, fantasmas e monstros. A bateria cruzou a avenida com os ritmistas vestidos de vampiro. A Vila Isabel foi a única escola da noite que não apresentou um enredo de temática afro. Em declarações polêmicas recentes, o carnavalesco da escola, Paulo Barros, criticou o que chamou de “desfiles pasteurizados” e que “ninguém entende”, em referência à predominância de temas relacionados à cultura africana.

Na última noite de desfiles, nesta terça-feira (4), vão desfilar as escolas Mocidade Independente de Padre Miguel, Paraíso do Tuiuti, Acadêmicos do Grande Rio e Portela. A apuração das notas ocorre nesta quarta-feira (5).