Pesquisa da AtlasIntel divulgada nesta sexta-feira (7) mostra um aumento e um recorde da desaprovação do governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT), passando de 51,4% em fevereiro para 53%. Já a população que aprova a gestão ficou estável neste último mês, em 45,7%.
Entre os insatisfeitos com o governo, a maioria é homem (58,6%), tem idade entre 35 e 44 anos (63,3%), escolaridade até o ensino médio (62,3%), é evangélico (77,5%) e está na região Sul do país (64,6%). Praticamente todos os que disseram desaprovar o mandato petista (99,8%) votaram em Jair Bolsonaro (PL) na última eleição presidencial, em 2022.
Já a avaliação positiva é levemente puxada por mulheres (50,6%), idosos entre 60 e 100 anos (59%), população com o ensino fundamental completo (56,6%) e por residentes do Nordeste (57,9%). Destes, 93,5% votaram em Lula para alçá-lo a este terceiro mandato.
Ao serem questionados sobre a avaliação do governo, 50,8% o consideram ruim ou péssimo; 37,6% ótimo ou bom e 11,3% regular. Em comparação com os levantamentos anteriores da AtlasIntel, o cenário é de piora na forma como a população vê a gestão. De dezembro a março, o ruim/péssimo foi de 44,6%, passou para 46,5% e agora atinge metade dos entrevistados. Já os que avaliam positivamente eram 40,8%, baixaram para 37,8% em fevereiro e mantiveram uma estabilidade.
“Impostos e cargas fiscais” é a área cujo desempenho do governo federal mais desagrada a população, seguida por “segurança pública” empatada com “justiça e combate à corrupção” e “responsabilidade fiscal e controle de gastos”. Já o que se destaca entre os que consideram ótima a gestão são as “políticas sociais e redução de pobreza”, seguida de “ambiente de negócios e criação de empregos”.
Eleição 2026
Se a eleição presidencial fosse no próximo domingo e os candidatos fossem os mesmos da última, Bolsonaro sairia na frente com 45,8%, empatado tecnicamente com Lula, em quem 42,9% votariam. Bastante atrás, figuram Ciro Gomes (PDT) com 4,4% e Simone Tebet (MDB), com 2,7%.
Bolsonaro está, no entanto, inelegível até 2030 por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi tomada por conta da reunião feita por Bolsonaro com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, quando era então presidente com vistas a se reeleger e, com transmissão ao vivo, descredibilizou o sistema eleitoral.
Soma-se a isso a denúncia apresentada no último dia 18 de fevereiro pela Procuradoria-Geral da República contra Bolsonaro, Mauro Cid, Braga Netto e outros 31 por tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada.
Outro cenário eleitoral apresentado pela pesquisa, portanto, desconsidera a candidatura de Bolsonaro e elenca outros pleiteantes à presidência da República. Neste caso, no primeiro turno, Lula desponta com 41,6%; o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) vem em seguida com 32,3% e, empatados em terceiro com 4,6% estão o cantor sertanejo Gusttavo Lima e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).
A AtlasIntel coloca, ainda, outro cenário, com as candidaturas de Eduardo Bolsonaro (PL) e do governador mineiro Romeu Zema (Novo). Estes figuram em segundo e terceiro lugar respectivamente, com 23,8% e 10%. O atual presidente, no entanto, aparece com uma confortável liderança de 41,5%.
O levantamento foi feito entre 24 e 27 de fevereiro com uma amostra da população adulta brasileira composta por 5.710 pessoas. Os entrevistados são recrutados organicamente durante a navegação na internet, pelo computador, tablet ou celular. A margem de erro é de um ponto para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.