O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que escreveu ao Irã para pressioná-lo a dar início às negociações sobre seu programa nuclear ou, caso contrário, enfrentar uma possível ação militar.
“Eu escrevi uma carta dizendo que espero uma negociação porque se tivermos que fazê-la pela força militar será algo terrível para eles”, disse Trump à Fox Business em um vídeo difundido nesta sexta-feira (7). “Não se pode permitir que eles tenham uma arma nuclear”, acrescentou.
O acordo histórico de 2015, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA), impôs restrições ao programa nuclear do Irã em troca de um alívio das sanções. No entanto, em 2018, em seu primeiro mandato, Trump retirou os EUA do acordo, ao qual Teerã continuou a aderir plenamente por mais um ano, para depois começar a retroceder em seus compromissos.
Ao retornar à Casa Branca em janeiro, o republicano restabeleceu sua política de “máxima pressão” sobre o Irã pelas acusações de que o país busca adquirir armas nucleares. Teerã negou constantemente essas acusações e expressou repetidamente sua vontade de reativar o acordo, mas os esforços foram em vão.
No mês passado, o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, disse que o Irã estava “enriquecendo (urânio) a 60%, de modo que quase atinge o grau de armamento” e que o acordo de 2015 era uma “casca vazia” que “não servia mais ao seu propósito”.
Ao Brasil de Fato, o dirigente do Partido Socialista dos EUA (PSL), Brian Becker, ressalta que o subsecretário para Defesa de Trump, Michael Domino, encarregado da política do Pentágono para o Oriente Médio não acredita em interesses estratégicos dos EUA no conflito Israel e Palestina e em última instância, na volatilidade da região.
“Para se afastar de Israel ou da guerra sem fim no Oriente Médio, eles estão adotando o que o presidente Barack Obama introduziu em 2011, que é, em vez de ficar atolado em perder guerras no Oriente Médio, se voltar para a Ásia. Eles querem fazer uma acomodação com o Hamas. Eles querem fazer uma acomodação com o Irã, que é diferente do governo Biden”, disse ele.
“Esses são pensadores geoestratégicos que querem fazer com que o foco maior do governo Trump seja o confronto com a China. Eles também seriam a favor de talvez acabar com a guerra sem fim no Oriente Médio e talvez uma acomodação com a Rússia, e então escalar o confronto com a China”, completou.
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