A Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT-RS) deu início nesta terça-feira (11) à campanha “A vida não tem hora extra”. O lançamento aconteceu no auditório da entidade, reunindo representantes sindicais, jornalistas e assessores de imprensa. A iniciativa tem como objetivo promover o debate sobre a redução da jornada de trabalho, com foco na melhoria da qualidade de vida e na valorização salarial dos trabalhadores.

O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, enfatizou a importância da campanha como forma de ampliar a discussão sobre a carga horária excessiva e os impactos nos trabalhadores. “Nosso objetivo é levar essa reflexão para os locais de trabalho e, posteriormente, para toda a sociedade. Menos horas de trabalho e salários mais justos significam um país mais equilibrado e desenvolvido”, destacou Cenci.

Uma campanha pela qualidade de vida, não contra o trabalho
Com o lema “A vida não tem hora extra”, a campanha defende a redução da jornada, melhores salários e mais qualidade de vida para os trabalhadores e trabalhadoras. Segundo a CUT-RS, a iniciativa não é contra o trabalho, mas sim a favor de uma vida mais digna, permitindo que as pessoas tenham tempo para suas famílias, lazer e bem-estar.

A campanha também trará uma abordagem visual diferenciada, utilizando vários personagens que representam as diversas categorias dentro do guarda-chuva dos sindicatos da CUT-RS. As peças publicitárias apresentarão imagens dos trabalhadores em seus locais de atuação e momentos da vida pessoal, como jogando futebol ou comemorando o aniversário da filha, reforçando a mensagem de que o trabalho deve permitir o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.

Mobilização e adesão sindical
A CUT-RS pretende expandir o debate em reuniões regionais e encontros setoriais, buscando engajamento das entidades filiadas. A secretária de Comunicação da central, Maria Helena Oliveira, reforçou a necessidade da participação ativa dos sindicatos para ampliar o alcance da iniciativa. “A adesão das entidades é essencial para levar essa mensagem aos governantes e ao setor empresarial”, afirmou.

A campanha também se adaptará às particularidades de cada categoria, conforme explicou Antonio Guntzel, secretário de Administração e Finanças da CUT-RS. Ele destacou o papel das rádios comunitárias na difusão do tema e a relevância da mobilização dentro dos próprios espaços de trabalho. “O maior impacto da campanha ocorrerá diretamente nas fábricas, escritórios e indústrias, onde a discussão precisa acontecer”, ressaltou.
Impacto para as mulheres e participação ativa dos trabalhadores
Outro aspecto destacado foi a relação entre carga horária e a vida das mulheres, que, além da jornada profissional, muitas vezes acumulam responsabilidades domésticas. “Precisamos de tempo para viver e cuidar de nossa família, e essa campanha reforça essa necessidade”, afirmou Silvana Piroli, secretária-geral da CUT-RS.

A iniciativa também prevê a criação de canais para escutar os trabalhadores, por meio de depoimentos, questionários e enquetes. A intenção é ampliar o debate e envolver diretamente aqueles que serão beneficiados pela medida.
Hoje à noite, a campanha será apresentada para outros sindicatos e veículos de comunicação, ampliando o diálogo e a mobilização. A estratégia de divulgação também prevê sua apresentação nas regionais da CUT-RS, com a construção de uma ampla rede de distribuição para maximizar seu impacto.
