Geralmente acusado pela imprensa comercial de liderar um governo irresponsável do ponto de vista fiscal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não vai fazer “bravata”, e citou os presidentes da Argentina, Javier Milei, e dos Estados Unidos, Donald Trump, como exemplos do que não deseja seguir.
“Eu não quero ser um Trump. Eu não quero ser um Milei, eu não quero fazer bravata”, declarou Lula nesta quarta-feira (12), no Palácio do Planalto, em Brasília, sobre os mandatários de extrema direita. “Eu estou tranquilo, sereno, temos um bom governo, bons ministros, bons presidentes de banco, bons deputados, bons amigos sindicalistas, bons amigos. Por que eu vou fazer bravata?”, disse o presidente.
Na última terça-feira (11), o governo estadunidense anunciou que irá impor tarifas de 25% sobre aço e alumínio importado pelos EUA de todos os países, “sem exceções ou isenções”, o que inclui o Brasil. A medida passa a valer a partir da meia-noite desta quarta.
Por outro lado, Lula se disse “chateado com muitas matérias de jornais” que colocam em dúvida a credibilidade e a seriedade do governo federal. “Eu não sei se é [matéria] plantada, se não é plantada, mas eu acho que tem muita gente fazendo sacanagem com o Brasil. Não sei se é gente que vive com a especulação do dólar, não sei se é gente que quer ganhar na bolsa [de valores], mas tem tanta notícia cretina, tanta notícia falsa, que não tem explicação”, declarou o mandatário.
Busca por popularidade
“Eu espero que vocês nunca tenham dúvida da seriedade desse governo. Esse aqui não é um governo de aventureiros. Esse aqui não é um governo de gente que tem cara, de gente que tem rosto. Aqui nesse governo, todo mundo tem um compromisso velho com a sua história. Não vamos brincar em serviço”, completou.
O governo federal tem investido em anúncios que buscam melhorar a popularidade do presidente, que permanece em queda, segundo os institutos de pesquisa, apesar da melhora dos indicadores econômicos. As declarações do presidente ocorreram durante a cerimônia de lançamento do programa Crédito do Trabalhador, que criou uma linha de empréstimos consignados para trabalhadores da iniciativa privada.
Segundo o governo, atualmente, o país tem 47 milhões de trabalhadores formais que poderão acessar empréstimos com juros baixos a partir do programa, que começa a valer no dia 21 de março. O limite de juros para empréstimo com desconto em folha de pagamento é de 1,80%. O trabalhador poderá consignar até 30% do salário, além de usar como garantia até 10% do saldo no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e 100% da multa rescisória em caso de demissão.