O Brasil se posicionou na tarde desta quarta-feira (12) contra o anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de elevar para 25% as tarifas sobre importações de aço e de alumínio dos EUA provenientes de todos os países e de cancelar todos os arranjos vigentes relativos à cotas de importação desses produtos.
“Em defesa das empresas e dos trabalhadores brasileiros e em linha com seu tradicional apoio ao sistema multilateral de comércio, o governo brasileiro considera injustificável e equivocada a imposição de barreiras unilaterais que afetam o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos, principalmente pelo histórico de cooperação e integração econômica entre os dois países”, disse o Itamaraty em nota.
O Brasil é o terceiro maior importador de carvão siderúrgico dos EUA e o maior exportador de aço semi-acabado para aquele país, insumo essencial para a indústria siderúrgica estadunidense.
Especialistas ouvidos pelo Brasil de Fato em fevereiro, quando Trump anunciou as medidas, avaliaram que a mudança pode levar à queda de preço e ao fechamento de postos de trabalho no setor, que emprega cerca de 121 mil pessoas no país, incluindo empregos diretos e indiretos. Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, polos siderúrgicos seriam os mais afetados.
Na nota divulgada pelo Itamaraty, o governo brasileiro anuncia que buscará, em coordenação com o setor privado, “defender os interesses dos produtores nacionais junto ao governo dos Estados Unidos”, mas não anunciou até o momento nenhuma medida de retaliação.
“Em reuniões já previstas para as próximas semanas, (o governo brasileiro) avaliará todas as possibilidades de ação no campo do comércio exterior, com vistas a contrarrestar os efeitos nocivos das medidas norte-americanas, bem como defender os legítimos interesses nacionais, inclusive junto à Organização Mundial do Comércio.”
*Com AFP