Milhares de mulheres ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se mobilizaram nesta quinta-feira (13) de norte a sul da Bahia na luta pela terra e contra a violência. Ocupação de latifúndios, marchas e inauguração de Cozinha Solidária foram algumas das ações que marcaram a data, que compõe a Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra.
“A luta das mulheres é contra o capitalismo, contra o agronegócio e por uma vida justa, digna, com a terra democratizada para socializar os cuidados com os bens comuns da natureza, com a agricultura e a reforma Agrária Popular”, aponta o MST.
No começo da manhã, cerca de 300 famílias agricultoras ocuparam dois latifúndios na região da Chapada Diamantina. Segundo o movimento, as áreas ocupadas estão localizadas nos municípios de Nova Redenção e Boa Vista do Tupim e há anos permanecem improdutivas.
As mulheres sem terra reivindicam que esses territórios sejam destinados para a reforma agrária, garantindo às famílias agricultoras o direito de produzir alimentos saudáveis, gerar emprego e viver com dignidade no campo.

No extremo sul do estado, cerca de 600 mulheres sem terra também fizeram pela manhã o trancamento da BR-101, na entrada de Teixeira de Freitas. Em seguida, a mobilização seguiu em marcha até o centro da cidade, em ato de denúncia ao modelo destrutivo do agronegócio. Além disso, as mulheres apontaram a reforma agrária popular como caminho para superação das desigualdades no campo.
Já na região sudoeste do estado, foi realizada a inauguração da Cozinha Solidária Terra Justa. A iniciativa é voltada para produção de marmitas que serão distribuídas para pessoas em situação de vulnerabilidade social em Vitória da Conquista, terceira maior cidade da Bahia. Após plenária que envolveu cerca de 350 mulheres, as agricultoras também distribuíram 200 marmitas na periferia do município.

Mobilização nacional
Com o lema ‘Agronegócio é violência e crime ambiental, a luta das mulheres é contra o capital!’, a jornada acontece entre os dias 11 e 14 de março em todo o país. Na Bahia, as mulheres sem terra realizam atividades desde o dia 8, em ações que envolvem a organização de assembleias, plenárias entre campo e cidade, plantios coletivos de árvores nativas e frutíferas, organização de viveiros e produção de mudas.
As ações também antecedem o Abril Vermelho no calendário do MST, mês marcado por mobilizações massivas em defesa da reforma agrária.