Nesta quinta-feira (13), centenas de estudantes, familiares e professores realizaram protesto no bairro da Várzea, zona oeste do Recife, denunciando que a Escola Senador Novaes Filho, instituição classificada pelo Governo do Estado como de referência em ensino fundamental e médio, está fechada há um ano e as obras de reforma estão paralisadas. A manifestação saiu da Praça do Rosário, em caminhada de 1 quilômetro até a Secretaria Estadual de Educação, também na Várzea.
O fechamento da Escola Senador Novaes Filho, em março de 2024, se deu pelo risco de desabamento do teto. Desde então a escola tem funcionado num edifício alugado e que, segundo os professores, não passou por adequações necessárias para comportar os cerca de 800 alunos. Os adolescentes carregavam faixas e cartazes com os dizeres “salve o Novaes”, “luto pelo Novaes”, “mais de 365 dias com a escola interidatada” e “defenda a escola pública”.
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A mobilização uniu a comunidade escolar, moradores do bairro e professores ligados ao Sindicato dos Trabalhadores da rede estadual de Educação (Sintepe). Ivete Caetano, presidenta do Sintepe, lembra que nos últimos dois anos “o Governo de Pernambuco recebeu mais de R$2 bilhões do Precatório do Fundef, dos quais 40% [ou R$800 milhões] são para ações de manutenção e desenvolvimento do ensino”, discursou ela. “Então não é possível que em Pernambuco a gente ainda tenha escola com o teto caindo ou em que o calor extremo impede a aprendizagem”, completou.
“Climatiza, Raquel Lyra”
No Sertão do estado, os estudantes da Escola Estadual Dom Hélder Câmara, em Lagoa Grande, também foram às ruas com cartazes e palavras de ordem protestando pela climatização das salas de aula. O município tem temperaturas máximas de 35º C no turno da tarde.
O Brasil de Fato Pernambuco entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação (SEE-PE), que até o momento não nos respondeu. Tão logo o faça, traremos aqui o posicionamento da gestão estadual.

Os atos acontecem no Dia Estadual em Defesa da Educação Pública. Este ano o Sintepe optou por não convocar uma paralisação das aulas nesta data, mas incentivar os educadores a realizar debates entre os estudantes sobre as necessidades das respectivas instituições de ensino.
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Os professores estão em campanha salarial junto ao Governo de Pernambuco. Na pauta de reivindicação, o sindicato também cobra salas de aula iluminadas, climatizadas e sem barulhos de equipamentos; escolas com estrutura adequada para o trabalho docente e o aprendizado; respeito à quantidade de alunos por metro quadrado; construção e manutenção predial das escolas, suas quadras esportivas e laboratórios, onde houver necessidade.
A cobrança do Sintepe também é pelo cumprimento do reajuste de 6,27% no piso salarial do magistério – e que seja repercutido para toda a carreira dos servidores da Secretaria de Educação, ativos ou aposentados, efetivos ou contratados; e um acréscimo de 50% para os profissionais com ensino superior.
Já foram realizadas duas mesas de negociação com as secretarias estaduais de Administração e Educação. A próxima reunião é no próximo dia 26 de março. Uma assembleia geral de professores deve ocorrer no dia 28 para discutir as propostas apresentadas pelo Governo de Pernambuco.
