O Circuito de Música Afro e Indígena Contemporânea chega à reta final com dois espetáculos neste fim de semana. O evento, que celebra a riqueza da produção musical negra e indígena no Rio Grande do Sul, terá suas últimas apresentações no sábado (15), no Teatro Caxias do Sul, e no domingo (16), no Teatro Sesc Gravataí, ambos às 20h. Além dos shows, o projeto inclui rodas de conversa e uma feira multicultural, todas as atividades com entrada gratuita.
A programação musical conta com artistas que representam diferentes vertentes da cultura afro e indígena. Entre os destaques estão a cantora e compositora Dessa Ferreira, o percussionista nigeriano Ìdòwú Akínrúlí, o cantor e compositor Dona Conceição, e a cantora charrua Oderiê Cha-Yúa, acompanhados pelos músicos Bruno Vargas e Wagner Menezes.
Em Caxias do Sul, a noite será aberta pela multiartista Ella, que combina elementos da ficção científica e da fantasia para valorizar narrativas negras. Já em Gravataí, o destaque da abertura fica por conta de Glau Barros, cantora de samba que, ao lado do violonista Gilberto Oliveira, apresentará o show Afro-Sambas, uma releitura do clássico álbum de Baden Powell e Vinícius de Moraes, lançado em 1966.

Idealizado pela artista e produtora cultural Dessa Ferreira, o circuito tem apoio do Sesc, Senac, Sistema Fecomércio e Mesa Brasil, sendo realizado em parceria com Silvia Abreu Comunicação e Gestão Cultural Ltda. O financiamento vem da Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022), por meio do Ministério da Cultura e da Secretaria da Cultura do Rio Grande do Sul.
O projeto busca valorizar e difundir a produção artística de afro-brasileiros, indígenas e imigrantes africanos, reforçando o papel fundamental dessas culturas na identidade brasileira. Além dos espetáculos, o evento promove feiras de artesanato e gastronomia em cada cidade, aproximando ainda mais o público das tradições regionais. Depois de passar por Pelotas, Maquiné e Porto Alegre, o circuito encerra sua trajetória em Caxias do Sul e Gravataí, deixando um legado de arte, cultura e resistência.
Segundo destaca Dessa Ferreira, cantora, compositora e diretora artística do festival, o Circuito de Música Afro e Indígena Contemporânea vem lembrar que o Sul do Brasil é território indígena, moldado por mãos negras e indígenas. “Apesar de ter sido historicamente embranquecido por políticas eugenistas, essa herança resiste e pulsa em cada canto.”
