O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia nesta terça-feira (18) sua segunda reunião de 2025 para debater a taxa básica de juros da economia nacional, a Selic. A taxa está em 13,25% ao ano. Com a inflação em alta, a expectativa é de que ela seja elevada para 14,25% – maior patamar desde 2016.
A decisão do Copom será anunciada no final da tarde de quarta-feira (19). Em dezembro, entretanto, ele já antecipou o aumento de 1 ponto em março.
Esse aumento, inclusive, já está previsto nas expectativas de economistas de bancos para a taxa básica de juros desde janeiro. Há 12 semanas, a previsão consta do Boletim Focus, elaborado pelo BC justamente para acompanhar as expectativas de agentes do mercado financeiro sobre indicadores da economia nacional.
Essa expectativa de alta está relacionada, principalmente, com o nível da inflação do país. Nos 12 meses encerrados em fevereiro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 5,06%. Está, portanto, bem acima da meta definida para 2025.
O governo, por meio do Comitê Monetário Nacional (CMN), estabeleceu que a inflação deste ano precisa ficar em 3%, com tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. Isso significa que ela precisa ficar em até 4,5%.
Os bancos estimam que a inflação chegue ao final de 2025 em 5,66%.
Em 2025, a alta da inflação está ligada ao aumento do preço dos alimentos e também a reajustes de serviços públicos, como água, luz e transporte coletivo. Esses reajustes são anuais e não devem pressionar os índices de preços daqui para frente.
Sobre os alimentos, o governo já anunciou medidas para tentar conter as altas. Em março, foram zerados impostos de importação da carne bovina desossada, café, milho, biscoitos, massas, azeite, óleo de girassol, açúcar e sardinha.
As carnes subiram cerca de 28% durante 2024. Já o café subiu mais de 10% só em fevereiro, além dos 39% de aumento registrados no ano passado.
O que é Selic?
A taxa Selic é referência para a economia nacional. É também o principal instrumento disponível para o BC controlar a inflação no país.
Quando ela sobe, empréstimos e financiamentos tendem a ficar mais caros. Isso desincentiva compras e investimentos, o que contém a inflação. Em compensação, o crescimento econômico tende a ser prejudicado.
Já quando a Selic cai, os juros cobrados de consumidores e empresas ficam menores. Há mais gente comprando e investindo. A economia cresce, criando empregos e favorecendo aumentos de salários. Os preços, por sua vez, tendem a aumentar por conta da demanda.
Desde que assumiu o governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende uma redução da Selic. Indicados por Lula para o BC, incluindo o presidente Gabriel Galípolo, têm contrariado visões do Planalto.