O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos EUA, Donald Trump, conversaram por telefone por mais de 2h30 nesta terça-feira (18). Putin apoiou a ideia de Trump de que Rússia e Ucrânia adotem uma trégua de 30 dias de ataques às suas infraestruturas energéticas e deu aos militares russos a ordem para a sua aplicação.
O diálogo entre os dois líderes foi cercado de bastante expectativa em meio aos avanços nas negociações para se chegar a um acordo de cessar-fogo na Ucrânia.
Após a conversa telefônica, o Kremlin informou que Putin e Trump “continuaram uma troca de opiniões detalhada e franca sobre a situação em torno da Ucrânia”. De acordo com o comunicado, os líderes expressaram interesse mútuo em “normalizar as relações à luz da responsabilidade especial de garantir a segurança no mundo”.
Esta é a segunda conversa telefônica oficial entre os presidentes da Rússia e dos Estados Unidos desde que Trump assumiu o cargo novamente em 20 de janeiro. A primeira conversa ocorreu em 12 de fevereiro, quando Trump e Putin concordaram em iniciar negociações para buscar um fim à guerra da Rússia com a Ucrânia.
Em particular, durante o telefonema, Putin disse a Trump que a Rússia e a Ucrânia realizarão uma troca de 175 prisioneiros russos por 175 prisioneiros ucranianos nesta quarta-feira (19).
De acordo com as informações divulgadas pelo Kremlin, “Putin confirmou seu compromisso fundamental com uma resolução pacífica do conflito na Ucrânia”. “Putin declarou sua prontidão para trabalhar com parceiros americanos em possíveis maneiras de resolver a situação na Ucrânia, que deve ser sustentável e de longo prazo”, diz o comunicado.
A proposta para uma trégua de 30 dias foi acertada entre Washington e Kiev. O presidente russo, Vladimir Putin, por sua vez, fez um aceno positivo ao acordo proposto pela Casa Branca, mas fez ressalvas sobre como um cessar-fogo hipotético seria organizado, citando, por exemplo, a situação das Forças Armadas Ucranianas na região russa de Kursk.
Em relação a este tópico, durante a ligação nesta terça-feira, Putin confirmou a Trump que a Rússia irá garantir a vida e o tratamento decente dos soldados ucranianos na região de Kursk se eles se renderem e entregarem as suas armas.
O presidente russo também disse a Trump sobre a necessidade de interromper a mobilização da Ucrânia e o rearmamento das Forças Armadas Ucranianas em caso de cessar-fogo.
“A principal condição para evitar a ‘escalada do conflito ucraniano’ deve ser a cessação completa da ajuda militar estrangeira e o fornecimento de informações de inteligência a Kiev”, informou o Kremlin.
A Casa Branca, por sua vez, declarou que “o movimento em direção à paz começará com o fim dos ataques à energia e à infraestrutura, bem como negociações técnicas sobre um cessar-fogo no Mar Negro”.