O vazamento de petróleo no Sistema de Oleoduto Transecuatoriano (STE) que atingiu os rios da cidade equatoriana de Quinindé no domingo (16), e chegou à região de Esmeraldas, no noroeste do Equador, que faz fronteira com a Colômbia, já afetou pelo menos 500 mil pessoas, causando problemas como falta de água e perda de vida nos rios, indicou o prefeito Vicko Villacís nesta terça-feira (18). O incidente já é considerado o pior desastre ambiental do país.
“Estamos falando de 500 mil pessoas [afetadas pelo vazamento] porque temos uma comunidade hídrica” que reúne vários municípios que compartilham o abastecimento da mesma estação de tratamento de água, disse à Teleamazonas a autoridade municipal da capital da província de Esmeraldas. O governo declarou emergência ambiental na província, onde há um refúgio de vida silvestre.
O vazamento contaminou ao menos cinco rios da região. O mesmo problema já havia acontecido no ano passado, mas as autoridades não fizeram o trabalho de prevenção. O acidente começou entre quinta e sexta-feira da semana passada, quando houve rompimento de oleoduto por causa de um deslizamento de terra e dezenas de milhares de barris de petróleo vazaram e contaminaram pelo menos cinco rios como o Esmeraldas, que desemboca no Pacífico.
O biólogo marinho Eduardo Rebolledo, da Universidade Católica na cidade de Esmeraldas, indicou ao canal Ecuavisa que por causa da poluição “não há formas de vida na água” dos rios Caple e Viche, nos quais “flui uma mistura de petróleo com água”.
“Na região rural da província, o serviço de água potável é limitado, as pessoas dependem muito dos rios, as pessoas ocupam a água dos rios”, enfatizou.
Villacís reportou que somente na capital provincial, a 100 km de onde ocorreu o vazamento, há “213 mil pessoas afetadas” e que o petróleo se estendeu através de afluentes até o rio Esmeraldas, manchando as águas do Pacífico e comunidades ribeirinhas no balneário de Atacames.
A estatal Petroecuador, responsável pelo oleoduto, utiliza navios-tanque para recuperar o petróleo derramado no bairro de El Vergel, no povoado de Quinindé, onde o prefeito Ronald Moreno reportou que 4.500 famílias – cerca de 15 mil pessoas, segundo ele – foram afetadas. Desse número, por volta de 2 mil famílias moram em comunidades ribeirinhas de vários rios e vivem essencialmente da pesca.
A Petroequador, que tem 90 navios-tanque de petróleo recuperado, não quantificou a quantidade derramada, mas Villacís estimou que, até o momento, foram 200 mil barris. Desde esta terça, chegaram três navios com água potável ao porto de Esmeraldas, segundo a Petroecuador.
Segundo o relatório de produção diária de petróleo e gás da Agência de Regulação e Controle Hidrocarburífero (Arch) do Equador, a previsão de produção petrolífera do país, um dos principais produtos de exportação do Equador, era de 478 mil barris diários de petróleo. Em 2024, o Equador foram 475 mil barris de petróleo por dia. Esse ano, a venda da Petroecuador foi de 73% da produção, o que gerou US$ 8,64 bilhões (R$ 49 bilhões).
*Com AFP e Primicias