A Frente Povo Negro Vivo, formada por 110 movimentos populares e entidades da sociedade civil, irá às ruas de São Paulo na próxima sexta-feira (18) reivindicar o impeachment do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do secretário de Segurança Pública (SSP), Guilherme Derrite.
O pedido de impeachment será protocolado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) às 15h. Em seguida, às 17h, na Sala dos Estudantes, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco, região central da capital paulista, haverá uma aula pública.
Após a aula, os militantes seguirão para a frente da SSP, onde se manifestarão pela saída imediata de Guilherme Derrite e Tarcísio de Freitas da chefia da pasta e do governo de São Paulo.
Beatriz Lourenço, diretora do Instituto de Referência Negra Peregum, uma das organizações que integram a frente, explicou a motivação do ato. “Os números são chocantes: a cada quatro horas, uma pessoa negra é assassinada em estados como Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Entre 2017 e 2019, mais de 2.200 crianças e adolescentes negros e periféricos foram mortos pelas forças de segurança. A cada quatro horas, uma bala perdida atinge uma criança, deixando famílias inteiras em desespero. Isso não é acidente, é um projeto de extermínio. A frente Povo Negro Vivo surge para lutar por justiça, por direitos e por um futuro onde nossas vidas importem.”
No manifesto, que será distribuído no ato da próxima sexta-feira, a Frente Povo Negro Unido afirma que “nos últimos dois anos, os índices de letalidade policial no estado só aumentaram. As chacinas ocorridas na Baixada Santista resultaram na morte de mais de 70 civis. No ano de 2023, 460 pessoas foram mortas pela Polícia Militar de São Paulo. Até novembro de 2024, esse número subiu para 673 vítimas, sendo que a maioria, pessoas negras.”