Os professores da rede estadual de ensino de São Paulo vão parar por 24 horas no dia 25 de abril. A decisão foi tomada na tarde desta sexta-feira (21), em assembleia que reuniu cerca de 5 mil pessoas na Praça da República, região central da capital paulista, em frente à secretaria estadual de Educação.
Os professores cobram reajuste salarial, climatização das salas de aula como resposta ao aumento de episódios de calor, contratação de mais professores, entre outras pautas.
A categoria cobra que o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) cumpra o Piso Nacional Salarial dos Professores. Hoje, o governo paga uma bonificação para alcançar o valor mínimo estabelecido nacionalmente, valores que ficam de fora no cálculo de férias e aposentadorias, por exemplo.
De acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), uma pauta de reivindicações foi protocolada junto à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, comandada por Renato Feder, no dia 19 de fevereiro. No entanto, mais de um mês depois, o governo não apresentou resposta nem abriu negociação com o sindicato.
“A realidade em sala de aula é insustentável. O governo desrespeita o piso salarial, fecha salas de aula, não contrata os professores que passaram no concurso e desperdiça recursos públicos com contratações temporárias. Nossos estudantes e professores sofrem com classes superlotadas e um ambiente de trabalho cada vez mais precário. O assédio moral também chegou ao limite do insuportável. A professora Analu Cerozzi, de Diadema, sofreu um infarto em plena atividade pedagógica, quando se queixava do excesso de cobranças e veio a falecer”, afirmou a deputada estadual Professora Bebel (PT-SP), que também é a segunda presidenta da Apeoesp.
A contratação de mais professores via concurso é uma reivindicação também do Ministério Público de São Paulo, que ingressou com duas ações civis públicas para obrigar o governo Tarcísio a recompor o quadro de profissionais da educação.
Segundo a Apeoesp, a mobilização até o dia 25 de abril incluirá ações como atos públicos em escolas e diretorias de ensino, carreatas, aulas abertas, coletas de assinaturas da comunidade escolar e mobilização nas redes sociais.
No dia da paralisação, uma nova assembleia será realizada pela para decidir sobre uma greve por tempo indeterminado.
Veja as principais reivindicações dos professores:
• Reajuste imediato de 6,27% no salário base, referente à atualização do Piso Salarial Profissional Nacional, para todos os professores, ativos e aposentados, com impacto na carreira;
• Descongelamento do reajuste de 10,15%, garantido por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2017, mas ainda não concedido pelo governo estadual;
• Plano de reposição do poder de compra dos salários dos docentes;
• Climatização das salas de aula em toda a rede estadual, diante das sucessivas ondas de calor que afetam alunos e professores.
• Reabertura de classes fechadas (sobretudo no noturno);
• Direito dos professores se alimentarem nas escolas; e
• Contratação direta pelo estado dos professores e demais profissionais da educação especial, sem terceirização.