Desde que rompeu o cessar-fogo na Faixa de Gaza, há oito dias, o exército de Israel matou pelo menos 792 pessoas e deixou outras 1.663 feridas, segundo informações do Ministério da Saúde em Gaza. Em comunicado na tarde desta terça-feira (25), o órgão disse que pelo menos 62 pessoas foram mortas em ataques israelenses nas últimas 24 horas.
Pelo menos 23 pessoas, incluindo sete crianças, foram mortas em ataques durante a noite, de acordo com fontes médicas. A ONG Save the Children afirma que mais de 270 crianças foram mortas desde que Israel retomou o bombardeio em Gaza.
Jornalista da Al Jazeera é morto
Um ataque aéreo israelense matou um jornalista que trabalhava para a Al Jazeera na segunda-feira (24). A agência de defesa civil de Gaza disse que um ataque de drone israelense na tarde de segunda matou Hussam Shabat, que estava trabalhando com a Al Jazeera, perto de um posto de gasolina em Beit Lahia.
Mahmud Bassal, porta-voz do veículo, disse que os ataques aéreos tinham como alvo mais de 10 carros, incluindo o de Shabat, em várias partes de Gaza. “Hussam Shabat, um jornalista colaborador da Al Jazeera Mubasher, foi martirizado em um ataque israelense que teve como alvo seu carro no norte da Faixa de Gaza”, disse um alerta da emissora do Catar, referindo-se ao seu canal árabe ao vivo.
A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou o que chamou de “ataque israelense direcionado” que matou Hossam Shabat, “um dos jornalistas mais conhecidos de Gaza”. O órgão de vigilância da mídia disse que já havia “alertado que o repórter da Al Jazeera e seus colegas corriam alto risco de serem assassinados”.
“Esse padrão muito familiar alimenta o massacre sem precedentes de jornalistas que está ocorrendo em Gaza”, disse Jonathan Dagher, chefe do escritório da RSF no Oriente Médio, em um comunicado.
O exército israelense “já foi responsável pela morte de quase 200 jornalistas em 15 meses, incluindo pelo menos 43 mortos enquanto trabalhavam”, acrescentou a RSF.
Desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023, os ataques israelenses em Gaza deixaram quase 50 mil mortos. No sul de Israel, pelo menos 1.139 pessoas foram mortas no ataque inicial do Hamas, e cerca de 250 foram sequestradas, sendo que a maioria já foi libertada por meio de negociações.