A Polícia Militar de São Paulo (PMSP) agrediu manifestantes que protestavam contra a privatização de linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), na tarde desta quinta-feira (27), no centro de São Paulo. Pelo menos 11 pessoas ficaram feridas, de acordo com relatos de pessoas que estavam no local.
Em um vídeo, é possível ver um policial segurando uma mulher. Outras imagens mostram pessoas correndo em meio a uma nuvem de fumaça das bombas de gás lacrimogêneo.
O grupo, formado por familiares de funcionários da CPTM e outros apoiadores dos trabalhadores, ocupou o prédio da Secretaria de Transporte de São Paulo para dialogar com o secretário, em protesto contra o leilão do Lote Alto Tietê, que inclui as linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, marcado para esta sexta-feira (28), na sede da B3, em São Paulo.
De acordo com o relato do jornalista Cadu Machado, que estava no local, os manifestantes haviam feito um acordo de fechar uma faixa da rua Boa Vista. Os policiais organizaram um cordão de isolamento e iniciaram as investidas contra o grupo. “Começou uma agressão bastante dura aos manifestantes”, diz Machado.
“Quando eu subi na comissão para representar a família dos trabalhadores para falar com o secretário dos transportes, eu escutei as bombas estourando”, conta Rogério Coelho, familiar de um trabalhador da CPTM.

Os PMs atacaram os manifestantes com spray de pimenta, bombas de gás e cassetetes. Os feridos precisaram ser atendidas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Quatro pessoas foram levadas a uma unidade de saúde para serem submetidas a exames.
Em nota enviada ao Brasil de Fato, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informa que três pessoas foram detidas após tentativa de invasão de prédio público e bloqueio da rua Boa Vista.
“O grupo seguiu pela Rua Florêncio de Abreu em direção à Praça da República. A Rua Boa Vista foi liberada. A Polícia Militar analisa as imagens da manifestação e, caso sejam constatadas irregularidades, as devidas providências serão adotadas. A instituição reforça que não compactua com desvios de conduta e todos os excessos são punidos com rigor”, informa a nota.
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil emitiu nota à imprensa, exigindo “que as autoridades competentes apurem com rigor os excessos cometidos durante a manifestação e garantam a integridade física e jurídica dos envolvidos”.