O documentário Retomando Raízes, que retrata a realidade de uma retomada Mbyá Guarani em área de mata preservada no meio da cidade de Cachoeirinha (RS), está sendo exibido em escolas e instituições sociais da região metropolitana de Porto Alegre. A iniciativa leva o debate sobre o direito indígena e a preservação ambiental ao contar a história da Tekoa Karandaty, localizada na área conhecida como Mato do Júlio, que é alvo da especulação imobiliária.
Diretora do filme, a socióloga Andressa Paiva conta que as exibições são seguidas por debates que contam com a presença de integrantes da equipe do projeto e membros da comunidade indígena. Isso permite que estudantes e espectadores tenham um contato direto com a realidade e as perspectivas dos povos originários.

O giro do projeto pelas escolas e instituições teve início em março e segue até o final de 2025. Paiva celebra a recepção positiva do projeto e revela sentir-se gratificada em ver o documentário se consolidando como um material educativo e de luta.
“O Mato do Júlio, a maior floresta de Cachoeirinha, onde a comunidade vive, assim como tantas outras áreas de preservação ambiental, sofre com a especulação imobiliária. A presença da Tekoa Karandaty naquela área é uma pedra no caminho daqueles que anseiam lucrar com a destruição da mata.”
Para a diretora, defender a permanência da retomada Tekoa Karandaty no Mato do Júlio “é resistir à ganância daqueles que ameaçam nosso futuro e lutar pela preservação desse território ancestral, onde a comunidade deseja apenas viver em paz enquanto preserva a natureza e a própria cultura”.
De colaborativo a gerador de diálogo
Em todas as etapas, o documentário foi construído por meio de uma parceria entre Paiva e a comunidade da Tekoa Karandaty. Todo o projeto, desde a concepção até a execução, foi feito de forma colaborativa, com a participação ativa dos indígenas. A viabilização financeira ocorreu por meio da Lei Aldir Blanc do município de Cachoeirinha.
O filme Retomando Raízes, que também está disponível no Youtube, registra o cotidiano dos indígenas na retomada, como a agricultura, a relação com a terra e a preservação ambiental. Evidencia o contraste entre o avanço da urbanização e o aumento da pressão sobre áreas de preservação, dificultando a manutenção do modo de vida tradicional dos Mbyá Guarani.
“Levar o filme, que aborda essas questões, aos jovens de diferentes escolas da região tem gerado diálogos profundos sobre direitos indígenas e preservação ambiental, despertando questões essenciais e fomentando debates importantes”, destaca a diretora.
Escolas e instituições interessadas podem entrar em contato para agendar uma sessão do documentário pelo Instagram @retomandoraizes.
Assista ao filme:
