A engenharia desempenha um papel fundamental na reconstrução e no desenvolvimento da sociedade, especialmente em momentos de desafios. A engenharia se transformou ao longo dos anos; pois, mais do que construir estradas ou prédios, os engenheiros cada vez mais se preocupam com o impacto social e ambiental. Não é apenas sobre o desenvolvimento pelo desenvolvimento, trata-se do desenvolvimento sustentável, com mais impacto social e menos impacto ambiental.
Nesse sentido, os engenheiros civis cumprem o seu papel de tornar mais acessível os espaços urbanos e rurais. A produção de alimentos, que é uma preocupação da engenharia agronômica, faz do estado do Paraná um dos maiores produtores de alimentos do Brasil – que não seria possível sem as pesquisas dos profissionais de Geociências, para melhor manuseio da terra.
Os engenheiros eletricistas buscam fontes de energias renováveis, enquanto engenheiros ambientais tentam conter as transformações climáticas. E não para por aí, a engenharia mecânica atua no desenvolvimento de carros elétricos, enquanto a engenharia mecatrônica traz a modernidade de automatizar processos; o que facilitou a vida dos engenheiros de produção, que são responsáveis por otimizar os processos produtivos.
Nós poderíamos falar por horas, sobre todas as áreas da engenharia e a sua relevância na construção de uma sociedade mais digna, sustentável e acessível, afinal trata-se de 34 engenharias. Nesta perspectiva, encontra-se o trabalho que o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR) tem desenvolvido ao longo desses 90 anos, que em tempos de tentativas de golpe de Estado, se mostra como um defensor e parceiro do Estado Democrático de Direito.
O Senge-PR esteve na vanguarda da defesa dos profissionais da categoria, fortalecendo a engenharia e com o compromisso de transformar a sociedade em um lugar melhor. A entidade trabalha desde a sua fundação em diversos campos: defesa dos direitos trabalhistas, valorização profissional, formação continuada e apoio às negociações trabalhistas. A luta pelo pleno exercício da profissão, com salários justos e carga horária equivalente, nunca parou. Atuamos fortemente no enfrentamento das privatizações de empresas públicas, lutamos pelo pagamento do piso salarial do engenheiro e principalmente, pela equidade de gênero na profissão.
Para darmos continuidade ao nosso trabalho através das novas gerações, o Sindicato tem desenvolvido vários projetos, como o Prêmio Jovens Talentos de Engenharia, que busca valorizar as propostas de estudantes de graduação e pós-graduação que contribuam para o desenvolvimento sustentável, alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, estamos conduzindo um projeto que busca formar novos líderes na área de engenharia e geociências, chamado de Líderes do Amanhã.
O sindicato se mantém como uma referência importante para os engenheiros do Paraná, promovendo uma constante interação entre os trabalhadores, as empresas e o poder público. Além disso, luta constantemente diante da retirada de qualquer direito do trabalhador, por condições justas de trabalho e pelo reconhecimento da profissão.
A engenharia é, sem dúvida, um pilar crucial para a reconstrução e o desenvolvimento do estado do Paraná, seja em termos de infraestrutura, sustentabilidade ou inovação tecnológica.
*Carlos Alberto Bittencourt é Engenheiro Agrônomo formado pela UFPR, em 1984. Ele é especialista em Administração Pública (FGV) e Especialista em Gestão Pública (UEPG). Ingressou na Secretaria de Agricultura no ano de 1984, em Cascavel. Foi diretor e chefe de gabinete da Secretaria de Agricultura do Paraná no período 2003/2010; presidente da Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) no período 2008/2014; e presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná, nos seguintes mandatos: 1996/2002, 2014/2017, e 2017/2020. Atualmente ele é conselheiro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (CREA-PR).