Um ataque com mísseis na cidade ucraniana de Sumy na manhã do último domingo (13) deixou 35 pessoas mortas, incluindo duas crianças, e 119 feridos. As informações foram atualizadas na tarde desta segunda-feira (14) pelas autoridades locais.
O Ministério da Defesa russo confirmou o ataque nesta segunda-feira, afirmando que foram usados dois mísseis “Iskander-M”, mas alegou que o alvo do bombardeio era uma equipe de comando do grupo operacional-tático das Forças Armadas ucranianas. De acordo com a pasta, 60 soldados ucranianos foram mortos durante o ataque.
“O regime de Kiev continua usando a população ucraniana como escudo humano, colocando instalações militares e realizando eventos envolvendo militares no centro de uma cidade densamente povoada”, diz o comunicado do Ministério da Defesa russo.
Anteriormente, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, havia declarado que que não comentaria sobre o ataque das Forças Armadas russas na cidade de Sumy em 13 de abril, sugerindo confiar nas informações do Ministério da Defesa russo.
“Só posso repetir e lembrar as repetidas declarações do nosso presidente e dos nossos representantes militares de que nossos militares atacam exclusivamente alvos militares e quase militares”, disse o porta-voz do Kremlin.
Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que o ataque das Forças Armadas russas foi realizado com dois mísseis balísticos que atingiram um dos prédios da universidade da cidade e o segundo explodiu na rua. Ele também pediu uma forte resposta da comunidade internacional às ações russas. Em particular, Zelensky pediu ao presidente dos EUA, Donald Trump, que visite a Ucrânia “antes de tomar qualquer decisão ou conduzir qualquer negociação”.
As autoridades ucranianas inicialmente sugeriram que o ataque possivelmente foi realizado com munições de fragmentação, que contêm vários explosivos que são liberados em uma área ampla e são particularmente perigosas em regiões povoadas de civis.
De acordo com o chefe do gabinete do presidente ucraniano, Andriy Yermak, o bombardeio do último domingo em Sumy foi um “ataque deliberado a civis”.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, em entrevista ao jornal russo Kommersant, por sua vez, afirmou que Moscou realizou o ataque a partir de evidências de uma reunião de líderes militares ucranianos com representantes ocidentais.
“O direito internacional humanitário proíbe terminantemente a implantação de instalações militares e armas no território de instalações civis. […] Temos informações sobre quem estava na instalação atingida em Sumy. Houve outra reunião de líderes militares ucranianos com seus colegas ocidentais, que estavam se passando por mercenários ou não sei quem”, disse o ministro.
O chanceler russo observou também que, de acordo com “informações bem conhecidas”, há militares da Otan na Ucrânia que comandam diretamente as Forças Armadas ucranianas.