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A crise é internacional! Honduras decreta alerta vermelho devido à poluição do ar

A mudança será uma transição organizada pelas mãos dos trabalhadores e trabalhadoras

Honduras, o país da América Central que possui uma das escadarias de hieróglifos e estelas mais famosas, foi construída pela civilização maia, uma das civilizações mais avançadas Antiguidade, esse mesmo território historicamente ocupado por indígenas, na semana passada, quinta-feira (16), declarou alerta vermelho em 7 dos 18 departamentos do país devido aos altos níveis de poluição do ar, devido a uma densa camada de fumaça.

A Secretaria de Gestão Nacional de Riscos e Contingências de Honduras anunciou que "a poluição provoca efeitos negativos à saúde, especialmente em crianças, idosos e pessoas com doenças adjacentes", por isso a orientação é de que as aulas e o trabalho sejam transmitidos remotamente.

De acordo com a TV Telesur, a sucursal hondurenha destacou que a poluição é promovida pela proliferação de focos de calor, pela falta de chuvas, bem como pelas contínuas queimadas, preparações de terrenos para agricultura, incêndios florestais, fuga de gases de combustão e emissão de gases industriais.

O país, alvo de intensas mudanças climáticas, em 2018 e 2019, sofreu com o pior surto de dengue de sua história, após uma prolongada estação de chuvas. Seja a seca ou a chuva intensa, ou mudanças de temperatura inesperadas, geram um processo de infertilidade do solo e escassez de produção de alimentos, causando desnutrição, sobretudo na população mais pobre. Tudo isso foi tratado pelos órgãos do estado como uma questão de saúde pública

Nesse sentido, em contextos de catástrofes climáticas, e até mesmo antes disso, é fundamental que os órgãos de saúde, bem como as organizações e entidades voltadas ao debate de saúde coletiva, se envolvam no cuidado do povo e compreendam que suas práticas devem estar vinculadas a um projeto maior de sociedade.

Esse projeto de sociedade precisa ter em seu horizonte o fim do modo de produção capitalista, que além de explorar as pessoas, expropria toda a natureza a transformando em pó tóxico à humanidade.

Essa sociedade não surgirá amanhã, ela será fruto de um processo, de uma transição organizada pelas mãos dos trabalhadores e trabalhadoras. Algumas pistas para essa transição são a produção de tecnologias que fomentem a agroecologia, a transição para a produção de uma agricultura sem agroquímicos, construção de uma transição energética sustentável cuja nossas empresas estatais, como a Petrobrás, tenham um papel estratégico, reestruturação da mobilidade e planejamento urbano, garantindo zonas de alagamento em parques, escoamento de água, entre outras iniciativas.

O amanhã só é possível se começarmos hoje!

É preciso que nos libertemos da ideologia colonial que separa nós seres humanos da natureza, e nos entendermos como parte de um todo. Caso contrário, seremos expulsos da Terra por mau comportamento, como diz o pensador Ailton Krenak.

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