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O Galo sustentável sob um calor histórico

O Carnaval passou, o Galo já foi retirado da ponte e… o que permanece?

Era uma quarta-feira, dia 26 de fevereiro, quando o Galo da Madrugada chegou à ponte Duarte Coelho, no bairro da Boa Vista, Recife.

Com 32 metros de altura, a alegoria deste ano bateu recordes não apenas em dimensão, mas também em compromisso ambiental. Revestido com mais de 20 mil garrafas PET, além de pneus, CDs e outros materiais recicláveis doados pela população, o Galo da Madrugada de 2025 assumiu o papel de cidadão ecológico. Mais que um símbolo carnavalesco, ele trouxe uma mensagem urgente sobre sustentabilidade e crise climática.

Mas o Carnaval passou, o Galo já foi retirado da ponte e… o que permanece?

A escolha deste tema ganha ainda mais relevância com a aproximação da COP30 – a Conferência da ONU sobre mudanças climáticas -, que este ano ocorre no Brasil, em Belém (PA). O evento será uma oportunidade crucial para que líderes globais discutam soluções efetivas para a crise climática.

O maior bloco de Carnaval do mundo, ao unir cultura e sustentabilidade, se tornou também um palco para a conscientização ambiental, reforçando a necessidade de que governos, empresas e cidadãos adotem práticas regenerativas. Além da elaboração do Galo da Madrugada, outras iniciativas foram adotadas, a exemplo da central de reciclagem montada no Recife Antigo, envolvendo catadores autônomos e cooperados do Recife para garantir o destino correto dos resíduos gerados pelos foliões.

E depois?

O grande desafio está em garantir que essas práticas sustentáveis não sejam apenas pontuais, mas parte de uma mudança estrutural que influencie toda a cadeia de produção e consumo, criando um ciclo de responsabilidade compartilhada e impacto ambiental reduzido.

Portanto, unir a pauta ambiental ao maior bloco de Carnaval do mundo é um marco para despertar o senso de urgência para adaptações climáticas e ações regenerativas. Mas essa história precisa continuar para além do período carnavalesco.

Que o Galo da Madrugada inspire não apenas foliões, mas também cidades, empresas e governos a assumirem um compromisso real com a sustentabilidade. Afinal, o planeta precisa de soluções duradouras, não só de enfeites temporários.

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