Mesmo inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro segue queimando o filme de possíveis candidatos da direita em 2026. Em entrevista à CNN, ele desconsiderou indicações de governadores. Entre eles, Zema (Minas Gerais), Caiado (Goiás), Tarcísio (São Paulo) e o governador do Paraná, Ratinho Junior. Paranóico e com medo de ser preso a qualquer momento, os únicos sucessores em que ele acredita são o filho Flávio Bolsonaro e a esposa Michelle Bolsonaro, que viraria um testa de ferro.
Perguntado sobre a indicação de Ratinho Junior, Bolsonaro foi econômico e sem ofensas. “Me dou muito bem com ele. Pode ser um nome para a direita. É um bom gestor também. Eu não trato desse assunto com ninguém”, desconversou.
Ratinho Junior tem se colocado como um dos nomes à presidência pelo seu partido, o PSD, que é controlado por Kassab. Nas eleições municipais, elegeu 41% dos prefeitos. Inclusive na capital, onde ficou desgostoso com Bolsonaro, que apoio a candidata derrotada Cristina Graeml.
Sobre a crise de indicação que Bolsonaro vive, o professor titular de Ciência Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Emerson Cervi, prevê o fim de sua capacidade de influência no eleitorado de direita. “Está cada vez mais claro que Bolsonaro é passado. O futuro eleitoral da extrema direita brasileira já está em outras mãos. É desespero de quem sabe que só consegue ecoar nos ouvidos de fanáticos dissociados da realidade. Cada vez em menor número”, afirma.