Ô abre alas, que eu não vou votar. Ô abre alas, que não vou peticionar. Esse projeto de lei, não vou comentar. É que neste carnaval, os vereadores vão brincar.
A Câmara Municipal de Curitiba já está em ritmo de carnaval desde o começo do mês. Após a votação do projeto de lei que criou o vale-creche, os parlamentares estão em ritmo de Molejão: “vão varrendo, vão varrendo. O menininho, sou seu fã, apresenta aqui mais uma moção, dos 171 projetos, deixa pra depois toda discussão”.
A falta de debates no legislativo municipal de Curitiba é alvo do ‘Bloquinho queremos discutir os rumos da cidade’. A líder é a vereadora líder do Bloco Federação Brasil da Esperança, Camilla Gonda (PSB). Ela subiu ao púlpito da Câmara e chamou no gogó o protesto contra o ritmo dos debates.
“Eu, sinceramente, gostaria de entender qual é o mérito utilizado para ‘escolher’ o que entrará na pauta de votação. Em dezembro do ano passado, na última semana de sessões, em um único dia, foram votados 24 projetos de lei. Então, ficou provado que é possível aumentar as discussões nesta casa e dar celeridade para um processo que, por si só, já é burocrático”, declarou a vereadora.
E a ‘Escola Unidos do Vô Nada’ tem dado o tom dos trabalhos. Hoje, quarta-feira pré-carnaval, por exemplo, ocorreu apenas a votação de um projeto. Na semana que vem, não tem sessão. No quesito “evolução” é nota zero.
“Questiono o motivo pelo qual muitos dos requerimentos e projetos de lei que deveriam ser colocados em pauta e que estão aptos para votação, não estão sendo discutidos. Seria até uma resposta para a população, já que temos debatido, ou perdido tempo, com moções de apoio ou ‘aplausos, a ‘alguns’ vereadores”, batucou Gonda.
Portanto, parafraseando o samba-enredo da Salgueiro deste anos: “derruba o debate um por um. Eu levo fé em não discutir o que será feito das enchentes e do dinheiro do meu IPTU”.
