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Moro cogita abandonar o Senado e entregar cadeira a suplente que ficou rico lhe assessorando

Primeiro suplente recebeu R$ 1 milhão e foi alvo de denúncia eleitoral

Que Sérgio Moro é um político comum e acostumado a ser infiel aos seus apoiadores, todo mundo sabe. Ele já abandonou a magistratura para virar ministro. Depois abandonou Bolsonaro e voltou atrás no segundo turno. Moro já abandonou Álvaro Dias e o Podemos para tentar ser candidato à presidente. Ele abandonou o Paraná, mas foi obrigado a voltar e, agora vive a bizarra situação de ter seu domicílio no Paraná e a mulher em São Paulo, apesar de ambos terem o mesmo endereço.

Agora, empolgado com as pesquisas eleitorais, cogita abandonar o cargo e concorrer ao governo do estado. Só que neste abandono, ele entrega a cadeira do Senado ao suplente que, advinhem, ganhou muito dinheiro sendo contratado pelo próprio Moro para prestar assessoria jurídica.

Faceiro com a pesquisa que lhe dá a liderança há mais de 20 meses da eleição, o senador praticou seu esporte favorito ao comentar o levantamento: atacou o PT.

“O tamanho da responsabilidade é proporcional a minha gratidão aos paranaenses. Quando metade dos eleitores fala em meu nome para o cargo de Governador, ainda a dois anos da eleição, isso só aumenta meu compromisso em construir a Fortaleza Paraná, um projeto que impeça o avanço das políticas do PT e do crime organizado em nosso Estado”, escreveu em uma rede social.

Se Moro levar a cabo suas intenções, não teremos mais, no nosso estado, Bolsa Família, Minha Casa, Minha vida, Fies e Prouni, Pé de Meia, Farmácia Popular, entre outras “políticas do PT” que a extrema-direita da República Curitiba tanto odeia.

Caso abandone o senado, o primeiro suplente de Moro é Luís Felipe Cunha, que coordenou a campanha do ex-juiz da Lava-Jato. Amigo pessoal do juiz, ele recebeu a bolada de R$ 1 milhão em quatro parcelas de 250 mil do União Brasil apenas para prestar serviço de “consulta jurídica”.

Em setembro de 2022, o jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, informou: “A Vosgerau & Cunha, empresa de Cunha que recebeu R$ 1 milhão do União Brasil, tem o mesmo endereço de outra firma do advogado, a Bella Ciao Assessoria Empresarial. Ambas foram criadas em 2009 em Curitiba”.

O advogado/amigo/suplente também representou Sérgio Moro no CNJ quando este respondia por homologar o acordo da famigerada Fundação Lava Jato.

Ele ainda foi envolvido na denúncia apresentada pelo Podemos e pelo atual vice-prefeito de Curitiba, Paulo Martins, por abuso de poder econômico. O TRE-PR negou o pedido de inelegibilidade.

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