Na política, você jamais deve fortalecer seu adversário, mesmo que ele seja aliado. É com esse princípio que necessita de confirmação do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, a fala de Bolsonaro de que o partido apoiaria uma anistia agora.
O que se apurou é que Kassab não entrará nesta bola dividida: “Não há como interferir” na posição dos deputados. Metade é a favor. Metade é contra.
O fato é: devolvendo Bolsonaro ao jogo político, PSD e, principalmente Ratinho Junior, perdem a possibilidade de lançar candidatura própria em 2026.
Ratinho – e Kassab – são exímios em identificar os ventos da política. E o apoio a Bolsonaro é um furacão imprevisível. Tanto que o governador paranaense preferiu ver os carros de F1 em Curitiba do que pegar um voo até o Rio de Janeiro.
O que faria lá? Ficaria em segundo plano, defendendo teses de Bolsonaro para, em caso de não dar certo a anistia, ele ser indicado?
Não dá pra confiar em Bolsonaro. Ele traiu Ratinho recentemente em dois momentos. Na eleição de Curitiba, apoiou a adversária do candidato do Palácio do Iguaçu. Além disso, permitiu que seus apoiadores falassem que Ratinho Junior era aliado do PT.
O que Ratinho ganha defendendo Bolsonaro agora? Ainda mais que os votos que o PSD recebeu no Paraná não tiveram relação com Bolsonaro.
Kassab e PSD vão se equilibrando cientes que eles podem surgir como uma outra via à direita e sem a dependência de discurso golpista.
