Há 68 anos, em uma manhã de Carnaval em Santiago de Cuba, os carros dos agressores do Quartel Moncada deixaram a fazenda Siboney.
Simultaneamente, homens e mulheres que se preparavam para assaltar o Quartel “Carlos Manuel de Céspedes” em Bayamo e o hospital e o palácio do tribunal na capital da província faziam o mesmo.
Pouco mais de cem revolucionários impacientes e com muita coragem. A maioria eram jovens do Partido Ortodoxo que abraçaram a luta armada contra a ditadura. À frente deles estava o advogado e ex-candidato a deputado em eleições parlamentares frustradas, Raul Castro Rúz, filho do proprietário de terras Angel Castro Argiz, um imigrante espanhol.
O objetivo perseguido era convocar uma insurreição popular para derrubar a ditadura do ex-sargento, general exaltado, Fugencio Batista.
O objetivo não foi alcançado. A rebelião armada significou uma derrota militar sangrenta para os revolucionários.
O punhado de sobreviventes, incluindo Fidel Castro, que no julgamento que os condenou à prisão fez sua defesa com um discurso massivo que ficou conhecido como “A história me absolverá”, continuou a luta na prisão, no exílio e na guerrilha, até a vitória de janeiro de 1959.
Passou quase sessenta anos de triunfo, erros e desventuras da Revolução Cubana, implacavelmente sitiada pelo império estadunidense. O calendário de ataques a Cuba registra tudo o que podemos imaginar e o que não podemos.
A invasão mercenária de Playa Girón em 1961, as tentativas de assassinar Fidel, a introdução de doenças contagiosos no país, a destruição de canaviais e plantações com agentes químicos.
Além disso, a sabotagem de instalações industriais, a explosão do navio “La Coubre” no porto de Havana, a espionagem aérea e eletrônica, o financiamento de conspirações e o bloqueio, a mais cruel e desumana ação contra um povo que conhece sua história.
O bloqueio estadunidense tenta estrangular um povo inteiro por causa da fome, das carências e das doenças. A história não registra crime mais hediondo que os EUA vêm cometendo contra Cuba. Nunca uma nação foi, como é o caso da cubana, pressionada ao extremo pelo maior poderio militar e econômico do mundo a ponto de tentar forçá-la a se ajoelhar em sua dignidade e abdicar de sua independência e soberania.
Mas foi a dignidade de Cuba, recuperada pelo processo iniciado naquela manhã de 1953 na fazenda Siboney, em Santiago de Cuba, que resistiu a todos os golpes da máfia dos EUA.
Os cidadãos decentes e informados dos EUA estão do lado da ilha rebelde, que desafia a Casa Branca e o Pentágono.
Na América Latina devemos traçar laços de unidade com a solidariedade que Cuba desperta nos Estados Unidos, Europa e África.
Acima de tudo, nós, latinos americanos, irmãos de Cuba, temos o dever de abraçar a ilha com o carinho, a admiração e a solidariedade ativa que ela conquistou com sua coragem antiimperialista.
No momento mais difícil, talvez o mais amargo da história, Cuba precisa dessa solidariedade para ajudar a fortalecer suas reservas morais e políticas e mais uma vez opor a unidade de seu povo às ameaças do império.
#PELOFIMDOBLOQUEIOACUBA
#VIVAAREVOLUÇÃOCUBANA
* Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.