Você já se perguntou por que os moradores de favelas não participam de momentos políticos históricos? Foi assim nas Diretas Já, no “Fora Collor”, nas manifestações de 2013 e agora no “Não vai ter Golpe”.
Muitas avaliações são feitas por gente que entende do assunto sobre essa não mobilização dos favelados. A verdade é que as camadas mais baixas da sociedade não se enxergam como sujeitos de direitos. Assim, acabam deixando a disputa para quem eles acham que tem esse direito de decidir sobre o futuro político do nosso país.
Sei o quanto a favela sofreu com a parceria entre o PT e o PMDB, com as UPPs, Força Nacional e até o Exército. Mas, é preciso ter clareza de que a favela vai sofrer ainda mais com essa ruptura das regras democráticas.
O desrespeito à vontade da maioria dos brasileiros na última eleição vai abrir precedentes para aumentar o poder daqueles que querem o povo no “seu devido lugar”, de casa para o trabalho e do trabalho pra casa.
E por falar em trabalho, conquistas históricas como o décimo terceiro, férias e seguro-desemprego já estão na mira dos golpistas.
CONTRA O GOLPE
Entretanto, não é a totalidade dos moradores de favelas que acham que não devem botar a cara nesse momento. Domingo (28), a partir das 17h, um grande Baile Funk vai acontecer na parte baixa da Rocinha.
Vários MCs e DJs estão confirmados para esse ato que está sendo puxado por Relíquias do Funk, Federação das Associações de Favelas do Rio de Janeiro (FAFERJ) e Frente Povo Sem Medo. E claro que eu estarei lá pra gritar. O Temer vai sair e o baile vai voltar.