Por Mirian Kunrath*
O 8 de março é o Dia Internacional das Mulheres, consolidando-se como uma data de luta na construção da participação feminina na sociedade, na luta pelos direitos e no combate a todas as formas de violência. Com ele, tornamos todo o mês de março um período especial para essa luta fundamental e, que segue ecoando por todo o ano.
Rememoramos o 8 de março de 1917, quando milhares de mulheres marcham durante a Revolução Russa contra a fome, a guerra, contribuindo para a instauração da greve geral no país, exigindo melhores condições de vida e o fim do envolvimento da Rússia na Primeira Guerra Mundial, sob o lema: “Paz e pão”. E também em março de 1911 quando operárias foram incendiadas dentro do seu local de trabalho em uma fábrica em Nova Iorque, pois lutavam por seus direitos.
Março traz consigo os aromas das lutas das mulheres, reafirmando a importância da organização, da resistência e da luta pela reforma agrária e a transformação social, nos conectando às mulheres trabalhadoras urbanas, na construção de uma sociedade livre, igualitária e solidária.
Março abre o calendário de lutas do MST, edificado pelo protagonismo feminino. As mulheres trazem consigo a ousadia, rebeldia e força, com punhos e ferramentas nas mãos constroem caminhos para a Reforma Agrária Popular, produção de alimentos saudáveis, com luta, afeto, coletividade, e ousadia, enfrentando, denunciando e combatendo o agronegócio que gera crise ambiental, a fome, violências e as desigualdades.

São as mulheres semeadoras da vida, das sementes e das gentes, travando lutas cotidianas em defesa dos direitos e de vida digna, construindo a Reforma Agrária Popular e a defesa dos corpos e territórios.
Com os aromas de março cultivamos a terra, a vida, os afetos, o cuidado, derrubando as cercas da concentração da terra, do patriarcado, do racismo, da negação de direitos e de todas as formas de violência.

No Paraná e em todo o Brasil, praticamos a solidariedade, marchamos em defesa dos nossos territórios, estudamos, cultivamos afetos, fizemos chegar mais longe o nosso projeto de Reforma Agrária Popular e de superação de todas as formas de violências contra as mulheres. A jornada de lutas de 2025 inicia, e que março nos inspire a seguir denunciando que: “Agronegócio é violência, é crime ambiental, a luta das mulheres é contra o capital”.
LUTAREMOS: POR NOSSOS CORPOS E TERRITÓRIOS, NENHUMA A MENOS!
*Mirian Kunrath integra a direção do Coletivo de Mulheres do MST-PR