Entre os dias 27 e 31 de janeiro de 2025, teve lugar em Vitória (ES) o 43º Congresso do ANDES – Sindicato Nacional, instância máxima de deliberação da categoria docente das Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras. Esse evento nacional contou com a participação de 668 representantes das mais de 60 Seções Sindicais existentes no país, além de convidadas/os e observadoras/es, e teve como tema central “Só o ANDES-SN nos representa: dos locais de trabalho às ruas contra a criminalização das lutas”.
A realização do 43º Congresso se dá no contexto de avanço da extrema direita no Brasil e no mundo, em meio a profundos ataques à classe trabalhadora e à natureza pelo capital; mas, também, frente ao fortalecimento da resistência popular organizada, como se pôde evidenciar nas greves dos serviços públicos – e da categoria docente, em particular – do ano passado, que resultaram em conquistas importantes numa correlação de forças desfavorável.
Durante o Congresso, foi realizado um ato público contra a criminalização das lutas sociais, que culminou com o rechaço à perseguição do movimento de greve docente federal de 2024 pela Reitoria da Universidade Federal do Espirito Santo (UFES). Além desse importante momento, a programação do evento contou, ainda, com debates sobre temas como Conjuntura e Movimento Docente, Plano de Lutas das/os docentes das IES, além das Questões Educacionais, Questões Organizativas e Financeiras do Sindicato – sendo as contribuições das Seções Sindicais e docentes sindicalizadas/os enviadas previamente para discussão e aprovação nas instâncias de base, a partir das quais foram remetidas ao Congresso, discutidas e aprovadas de forma amplamente democrática.
Essas deliberações servirão como orientações para o movimento docente reunido no ANDES-SN, e deverão ser levadas a cada local de trabalho, a fim de se consolidarem em lutas da categoria docente das IES, construídas em diálogo com a sociedade brasileira, incluindo as/os moradoras/es das periferias urbanas e rurais. A expectativa é de que possamos acumular forças, em meio aos movimentos sociais, a fim de avançar na construção de um projeto de país que, de fato, represente os interesses nacionais e populares, considerando o avanço da ciência e seu controle pelas/os trabalhadoras/as, na perspectiva da inclusão social e do bem comum.
Viva a luta da classe trabalhadora! Abaixo a criminalização dos movimentos sociais! Vida longa ao ANDES-Sindicato Nacional!
André Ferreira, base da ADUFC-Seção Sindical do ANDES-SN e professor do Departamento de Teoria Econômica da UFC. / Foto: Arquivo Pessoal
*André Ferreira, base da ADUFC-Seção Sindical do ANDES-SN e professor do Departamento de Teoria Econômica da UFC.
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
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